Fatos:
1. Roberto Jefferson, com sua eloqüência peculiar, denunciou um esquema de propina no Congresso. Segundo ele, muitas mãozinhas eram molhadas mensalmente por verbas públicas vindas de estatais. Apesar ser PhD nos ocultos subterrâneos da vida política, não apresentou provas da existência de tal. Foi cassado.
2. José Dirceu foi o acusado de ser o chefe daquilo que, por não ser provado, custou o mandato do colega. Solapando regrinhas básicas da jurisprudência – quem tem que provar alguma coisa é o acusador, não o acusado – cobrou-se dele provas de sua inocência. E assim, sem nenhuma prova material, o ex-homem-forte do governo foi cassado também.
3. Romeu Queiroz foi um caso a parte. Além de admitir o recebimento mais de R$ 100 mil reais da Usiminas – por intermédio de Valério –, o ilustre embolsou ainda outros R$ 350 mil da famosa SMP&B. Tudo dinheiro não contabilizado, OK? Ao contrário dos casos anteriores, aqui existiam fatos palpáveis. E ao contrário dos casos anteriores, a conclusão aqui foi a absolvição.
Conclusões:
1. A TV Câmara deixa de ser interessante. Ver bons velhinhos injuriados com qüiproquós regionais ou mocinhos fazendo poses para flashes traz tanto prazer quanto a programação dominical da TV aberta. O Roberto faz uma falta e tanto.
2. Um prepotente a menos no Congresso Nacional é um bom saldo. Sobram ainda umas cinco centenas… mas já é um bom começo.
3. CPI’s são 42,7% de investigação e 57,3% de jogo político. Político investigando político já é um mau sinal. Esperar que a ‘verdade’ saia daí é estupidez sem tamanho. Gritar ‘pizza’ raivosamente expressa uma ingenuidade política de dar dó. Nesse contexto, os argumentos repetidos Ad Infinitum valem muito mais que fatos.
Definitivamente, entender o jogo político-partidário é mais difícil do que aprender jogar xadrez. Muito mais quando não se tem a mínima vontade de aprender – tanto um quanto o outro.
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