Presente

Saí de casa muito cedo
Os trapos na minha sacola
Camisa bordada no bolso
Na mão direita a viola
Principiava o mês de junho
O céu cinzento anunciava o inverno
O peito vazio de tudo
e a mala cheia de amor ‘paterno’

Zé Geraldo

Durante muito tempo, dia dos pais para mim era apenas o dia de dar presente para os pais. Mamãe comprava, eu entregava. Protocolarmente, assim. Depois de cinco agostos longe de casa (e já sem a viola), compreendo que o maior presente que eu desejaria oferecê-lo era estar presente lá. Dar um abraço. Ficar conversando lorota depois do almoço. Enfim.

Estar só e longe da casa paterna nesse dia é chato. Muito chato.

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