Igualité et Formule Un

Igualdade, liberdade, fraternidade. Esse talvez seja o ideal político mais famoso do mundo e símbolo mais lembrado da Revolução Francesa.

(Das três palavrinhas básicas, a mais pouco lembrada é a fraternidade. Seria por seu conteúdo muito piegas, sentimentalóide?)

Muitos entendem, principalmente os liberais, que essa igualdade é uma igualdade de condições. O resultado, o produto do trabalho, seria de acordo com a maestria individual apresentada.

Quem está mais a direita desse pensamento (sim, ainda acredito que exista direita e esquerda) defende ainda que a própria condição inicial é fruto de habilidades próprias.

No atual campeonato de Fórmula-1, temos um exemplo claro desses dois pensamentos. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) pensa como os primeiros. A Ferrari incorpora a segunda idéia.

A FIA está preparando um pacote de novidades para o campeonato de 2007. O objetivo é aumentar a competitividade entre as equipes. Além de padronizar alguns componentes (pneus, câmbios) e em abolir várias criações tecnológicas, como o cambio automático.

A Ferrari e o Galvão Bueno são contrários. O sabor da inigualável superioridade de anos seguidos ainda está adoçando a boca de ferraristas. Já Galvão acha que o que diferencia a F-1 das demais categorias automobilísticas são os perdulicários tecnológicos.

Concordo com a FIA. Não há nada mais sem graça que ficar assistindo duas horas de corrida para somente verem ultrapassagens em momentos de pit’s. Isto é, das duas horas, somente alguns minutos são interessantes.

Dada a realidade, é praticamente impossível uma Jordan cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. Como também é improvável um Zé qualquer se integrar a esse desejoso mundo de consumo que aí está, livre e disponível pra qualquer um.

A menos que, revolucionariamente, as poderosas equipes sejam mandadas para o Box. Todas.

No Comments

Post a Comment