Gosto de filosofia. Dessa, que soltamos no boteco, descompromissadamente e arrematada com um gole de um líquido qualquer. Discutir a angústia em Kierkegaard ou essência versus existência em Sartre. Mas, acima de tudo, sem nenhum tipo de “saber sistemático”, sem nenhum especialista na jogada. Porque daí a liberdade de falar bobagem esmaece, o medo das estultíces aparece e o silêncio dos autodidatas concorre para a manutenção do monólogo (chatérrimo) do “sujeito competente”.
A liberdade e o fato de não levar muito a sério a vida e os problemas dela decorrentes, aliás, devem manter em alta qualquer tipo de sentimento. Sistematizar as coisas e torná-las metódicas retira um pouco do prazer daquilo que cotidianamente fazemos. Ou como explicar meu gosto menor pela filosofia após terem me tornado professor [temporário] dessa disciplina? É essa uma explicação válida? É?
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