Algo em comum entre furacões e Toddy

As previsões climáticas para os próximos anos são tenebrosas. A previsão do progressivo aumento da temperatura global indica que a constância e intensidade dos furacões serão bem maiores, afetando inclusive áreas antes incólumes a esses fenômenos naturais.

O Caribe é uma das áreas mais suscetíveis aos tornados, furacões e congêneres. Ao convergir para as áreas de baixa pressão localizada nas imediações da América Central, os alísios (ventos que sopram dos trópicos para as regiões equatoriais) de ambos hemisférios proporcionam a ascensão de uma massa de ar giratória que, alimentada pelo ar úmido marítimo, vai lentamente se agigantando.

Essas ventanias incomodam os caribenhos e moradores das adjacências há muito tempo. No início do século XX, por exemplo, um poderoso furacão varreu a ilha de Porto Rico. Na ocasião, uma desolada família de imigrantes espanhóis viu a lavoura de cacau ser totalmente aniquilada. Um dos filhos, Pedro Santiago, resolveu mudar de ares. Ao chegar nos Estados Unidos, se transformou num perfeito exemplo de self-made man. Em pouco menos de quinze anos, passou de lavador de banheiros a próspero empresário do ramo alimentício.

A terra que deu uma das maiores desilusões para sua família foi a primeira a conhecer o que seria seu maior sucesso. Em 1930, em Porto Rico, Santiago lançou o achocolatado “Toddy”. Originalmente, atendia pelo nome uma bebida escocesa feita com mel, leite, ovo e uísque. Na versão caribenha levava rum, cacau e melado de cana – que era também conhecido por “Rum Toddy”. O apurado tino empresarial do rapaz o levou a registrar a marca. Apesar do nome, o produto de Santiago procurava conservar as propriedades gustativas da versão modificada da bebida.

O achocolatado faz sucesso até hoje. Quase sempre pelo gosto, às vezes pela graça.

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