A prática é remota. Ao findar o ano, mamãe recomendava pedir ao Papai do Céu o presente não recebido e desejado no Natal anterior. Receberia-o, caso fosse um bom menino. Depois de alfabetizado – e mais ambicioso – comecei a listar alguns brinquedos desejados para o Papai da Terra não esquecer.
A disposição em escrever a listinha, no entanto, foi diminuindo após sucessivos janeiros. Primeiro, na pré-adolescência, por achar isso coisa de criancinha. Depois, na adolescência de fato, por considerar uma coisinha muito… fresca.
Aos vinte, findada a vida universitária e ingressando na terrível agonia da vida de diplomado-sem-futuro-à-vista, retornei à lista. Agora, não mais pediria presente. Lutando contra a minha natural desorganização, ali estavam minhas metas e meus mais profundos desejos. E Papai do Céu foi muito mais bondoso que outrora.
Lembro-me da última, feita no final de 2001. Eram dez pontos – na ocasião, todos considerados improváveis ou impossíveis. O décimo realizou-se em janeiro de 2003.
Minha lista para esse ano tem quatro pontos. São metas ambiciosas. Vamos ver o que dá.
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Comecei a ler ‘As brumas de Avalon’, de Marion Zimmer Bradley. Desde Camelot 3000, minissérie lançada em 1988 em formato HQ pela Editora Abril, jurara ler algo mais consistente sobre a saga do Rei Arthur e da ilha de Avalon. Prioridade a outras leituras, falta de tempo e, às vezes, um pouco de preguiça me desviou do intento inicial.

O momento não poderia ser pior. Com duas ‘encomendas universitárias’ para os próximos dois meses, ler algo além dos manuais técnicos pode me custar noites de sono em um futuro próximo, quando a urgência dos prazos me apertar.
Que custe.
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