Acção apodíctica? Portanto não fronética, OK?

Pergunto-me seriamente se, passados vários anos (sim, aposto na longevidade desse blog – queira Deus desse blogueiro também…), entenderei post’s com significados tão particulares, íntimos e pessoais como, entre outros, esse, do dia 09 de fevereiro.

Às vésperas de uma seleção de pós-graduação (ah, essa malfadada….), angustiava-me numa leitura obrigatória pra lá de penosa – Introdução a uma Ciência Pós-Moderna, de Boaventura de Sousa Santos. A sensação era a mesma de quando comecei a ler Fenomenologia do Espírito, de F. Heidegger, tarefa fracassada após inúmeras tentativas.

Apesar do esforço tremendo em esquecer absolutamente tudo dessas aventuras epistemológicas do senil sociólogo português, algumas coisas persistem ainda hoje.

E sim, como àquela mulher que, após levar uma surra do marido, declara masoquistamente seu amor incondicional, ou como aquele funcionário que sorri feliz depois daquele esculacho do chefe, sinto-me enamorado por algumas idéias do livro.

Uma delas, por exemplo, envolve o reconhecimento da existência de uma lenta ruptura epistemológica própria ao desenvolvimento da Ciência Moderna; essa ruptura consiste basicamente em um distanciamento – histórico e progressivo – do conhecimento científico em relação ao senso comum.

Para o professor da Universidade de Coimbra, é necessário e urgente, hoje, pensar uma ruptura da ruptura epistemológica. Em outras palavras, diminuir as distâncias entre os discursos científicos/senso comum, com a finalidade de transformar qualitativamente esse último, e, logicamente, deixando-o menos comum.

Descobri posteriormente que o luso foi elevado a ícone do pensamento gauche mundial. Ah, bom. Diminui aí, por gentileza, cinqüentas chibatadas. Ele merece.

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