Amigos

Quando criança, pensava que teria meus amigos próximos até a velhice. Em poucos anos, ficaram uns gatos pingados aqui e outros acolá. Era amizade para sempre, não era? Não era. Uns, mudaram. De cidade, país ou temperamento. Outros – esses, percebemos depois, os verdadeiros amigos – não se afastaram nem com o tempo, nem com a distância. Nenhum desses dois elementos, hoje vejo, podem afastar uma verdadeira amizade. Também não são obstáculos para nenhum relacionamento amistoso.

Se o espaço e o tempo há muito já não são mais impedimento, o mundo pós-moderno nos trouxe outra possibilidade de relacionamento. Refiro, evidentemente, às amizades virtuais. Nesse caso, o encontro presencial é um mero detalhe. Uma cereja no bolo; se tiver, excelente. Contudo, não é sua ausência um problema catastrófico. O bolo não deixará de ser bolo. Eu não escuto a voz, não sinto a textura da pele, nem a cor da gargalhada do(a) outro(a). Mas conheço bem. E tenho em alta conta, da mesma forma daqueles fiéis que me rodeiam.

Ou qual outra forma que justifica passar a tarde inteira pensando em como dizer algo de legal para uma amiga tão especial como a Sandra? Na mais absoluta falta de boas palavras, vou de tradicional, mesmo: feliz aniversário, Sandrex!

8 Comments

  • sandra

    agosto 18, 2007 at 17:57

    Jujuba… Os olhos dessa amiga aqui ficaram marejados.

    Amo você.

    Beijos assim, E.N.O.R.M.E.S.

  • Edu

    agosto 20, 2007 at 11:53

    Jujuba, pensei que era pra mim!! 🙂 Mas a Sandrinha merece!

  • Ricardo Safra

    agosto 20, 2007 at 13:34

    Caro Juliano,

    Acho que o problema reside justamente na tal “supressão do espaço pelo tempo”, que o David Harvey aponta em seus escritos. Acredito que o a falta de tempo acaba “roubando” algumas amizades – se bem que os verdadeiros amigos permanecem. Precisamos estar abertos ao que esse mundo tecnológico nos trás, incluindo novos amigos que, se não estão fisicamente próximos, estão a um clique de distância. E assim os espaços virtuais vão se multiplicando.

    Um abraço,
    Ricardo Safra, ex-orbis terrarum atual cartas de um geógrafo.

  • Dourado

    agosto 24, 2007 at 00:39

    A Sandra merece.

  • Acilma

    agosto 25, 2007 at 16:13

    Passei por aki, tô morrendo de saudades. Bjos.

  • Jens

    agosto 28, 2007 at 19:13

    No alvo, Juliano, a amizade virtual é isso mesmo. Me lembrei do livro – depois filme – Nunca Te Vi, Sempre Te Amei, baseado na história real de uma escritora de Nova York e um livreiro londrino, logo após a II Guerra Mundial. Só se correspondiam através de cartas e assim desenvolveram um afeto mútuo que se transformou em amor. Nunca se viram. Quando ela finalmente pode ir a Londres ela já havia morrido.
    Legal o post.
    Um abraço.

  • Edu

    setembro 11, 2007 at 09:22

    Tá bom… já fui pro chile e voltei, logo vou pra outro canto, e onde anda o senhor? Fugiu com o Afonso??

  • Fabio

    setembro 11, 2007 at 15:09

    Sabe, agradeço a internet por existir. Sem ela, o meu contato com os amigos seria simplesmente inexistente. Infelizmente muitos se mudaram, outros agora são pais de família, outros trabalham mais do que um workaholic normal, enfim, já não somos mais aqueles guris que passavam a tarde inteira jogando bola.
    É … deu até saudade!

    Abração!

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