Sound of silence

Desabafo On.

Amo o silêncio. Desses longos, reticentes. Dos sons inaudíveis germinam pensamentos criativos. Se gosto do barulho? Claro, desde que não me obrigue, nessa condição, a pensar muito. Não importa a música: em altos decibéis, Mozart se iguala a MC Créu.

Não raramente, provocadores de barulho são folgados. Imaginam que o espaço público é extensão de seus quartos ou de suas latrinas, onde podem cantar, gritar e rir até quando as cordas vocais permitem.

Chama isso de falta de educação? Não sei se as coisas são tão simples assim.

Depois de três anos atuando em formação continuada de professores, sei, mais que ninguém, como os docentes gostam do monopólio da fala. Aliás, o magistério deve congregar, juntamente com os políticos profissionais, os sujeitos mais falantes desse mundo. Claro, a fala é essencial para o trabalho do professor. Todavia, regras básicas, de educação mesmo, deveriam ser respeitadas no cotidiano. Ou o que esperar de um policial que não sabe o manejo e a hora correta de usar seu revólver?

Tente, por exemplo, estudar em um ambiente no qual três ou mais professores encontram-se presentes. Impossível. Acostumados como estão em falar para uma platéia de mais de quarenta alunos barulhentos e desatentos, professores não mais usam o recurso de dosagem da altura de voz e bom senso para reconhecer o que se passa na vizinhança. Se os interlocutores estão a um metro de distância e o ambiente da sala é destinado para, entre outras coisas, o estudo, não importa: são apenas detalhes.

Bom senso, já.

Desabafo Off.

No Comments

Post a Comment