God save the communists…

Depois de folhear a última edição da revista Veja, senti-me em tempos de Guerra Fria.

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Em sua reportagem de capa, o semanário desatinou várias críticas a uma porção de livros de geografia. Umas boas – principalmente àquelas formuladas ao material do COC – e outras totalmente sem sentido – como às destinadas a coleção “Geografia Crítica”. No saldo geral há mais bobagens no box da reportagem do que nos próprios livros analisados.

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A tese esposada por tão ilibada e virtuosa revista? A educação brasileira é ruim (eureka!!!). Mas isso não é tudo. Aliás, parece que foi só um mote para outra (horrrrrííííível) teoria: as escolas brasileiras estão contaminadas pelo esquerdismo. Daí a visita aos mais conceituados colégios brasileiros. Uma coisa meio estranha: se esses colégios são “esquerdistas” e estão no topo da parada, não deveriam as outras escolinhas de periferia seguirem-os? Tiro no pé, não?

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A crítica ao esquerdismo está na ênfase dada a inculcação de valores “comunistas” – ao invés de exercitar o pluralismo de idéias. Troquemos essa palavra entre aspas por alguma outra mais palatável à direita e esperemos – sentados – a histeria do semanário.

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Essa neura em relação ao comunismo conduz a situações curiosas. Gritam contra a “partidarização” (SIC!) nas escolas, mas, na prática, estão dizendo “Fora comunistas!”. Isso não é nenhum exercício de “pluralismo”, convenhamos.

Tal piração ainda leva a censura de termos consagrados na educação dentro de uma democracia liberal, como é a formação para cidadania. Para os “não-partidaristas”, isso é coisa de comuna.

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Loucura, loucura.

2 Comments

  • Jota Effe Esse

    agosto 20, 2008 at 04:10

    Revistas piradas é o que mais se encontra por aí. Meu abraço.

  • Jens

    agosto 22, 2008 at 19:52

    UÊBA, Juliano.
    Hoje dá pra comentar (tem dias em que o espaço não abre).
    Quanto à Veja: nada de novo. Acho que há um ninho de comunas embaixo da cama do Roberto Civita. Daí o medo.
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    Quanto às algemas (post anterior): estou aguardando ansiosamente que os brancos e ricos comecem a invadir fazendas. Aí, certamente, a reforma agrária será feita.
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    Um abraço e bom findi. Arriba!

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