A contrario sensu

O debate no Roda Viva, da TV Cultura, estava sendo anunciado durante toda a semana que se passou. Para os indecisos, uma excelente oportunidade de ver confrontado os principais argumentos das frentes pelo SIM e pelo NÃO à proibição da comercialização de armas de fogo e munição no Brasil.

Eu tentei assistir. Sério mesmo. Depois de ver o dep. Alberto Fraga, presidente da Frente Parlamentar pelo Direito à Legítima Defesa, assinalar que a proibição é um projeto do governo federal (sic!) e que talvez a próxima proibição será o uso de automóveis no Brasil (rá, rá, rá, rá.), não tive dúvidas. Voltei para “Carga Explosiva”.

[São deliciosos esses filmes de ação. A arma nunca mata homens de bem. Ou quase nunca. Se há armas em jogo, o final é sempre feliz. Por isso que adoro a ficção.]

Fiz uma segunda tentativa, entre uma parte e outra do filme. Nessa, assisti o mais midiático geógrafo da era pós-Milton Santos, Demétrio Magnoli, dizer que sua opção pelo NÃO era política. Certo, melhor voltar para o filminho da Globo mesmo.

Na verdade, o que acontece é que os meus cansados olhos e ouvidos estão desejosos de estarem em qualquer lugar, mas com tempo definido: depois de 23 de outubro.

Nesses últimos dias, participei de chats, fóruns e de algumas caixas de comentários. Incrível como esses ‘debates’ são parecidos com estéreis discussões religiosas. Em sua maior parte, os argumentos, por mais coerentes que sejam, são tão eficientes quanto malhar em ferro frio. Tanto de um lado quanto de outro. As convicções inabaláveis e inflexíveis se sucedem. O silêncio nas réplicas e nos comentários dos post’s equivale à discordância. E haja tortuosidade e má-fé entre os debatedores e argumentadores.

A propósito, esse blog não publica mais nada a respeito desse referendo até domingo. A julgar pela hesitação em comentar no excelente post de ontem do Biscoito, a decisão se estende também para as caixas de comentários.

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