Presidente por um dia

Hoje tive um dia de presidente. De seção eleitoral, que fique claro. O privilégio de enforcar dois dias na repartição me deixa cada vez mais honrado com meu compromisso de cidadão.

A eleição foi tranquilíssima. Nem os sexagenários vovôs tiveram trabalho. Dois cliques, e pronto.

O resultado da minha seção não me assustou; pelo contrário, confirmou minhas suspeitas. Pelo NÃO à proibição do comércio de armas e munição, 125 votos. O SIM ficou com pífios 24 votos.

Muitos blogs partidários do NÃO já davam como certo a vitória do SIM. Para eles, o povo é burro, ignorante. Não saber escolher seus políticos é uma prova da inaptidão da plebe. Logo, escolherão a opção errada. Só isso que gente estúpida faz. E os brasileiros são ignaros por natureza. Esses blogueiros questionavam inclusive a veracidade da pesquisa que dava a vitória ao NÃO.

Alguns desses terão minha visita assim que sair o resultado oficial do referendo. Quero ver a explicação para o inusitado fato. Teriam os brasileiros se conscientizado de sua insignificância e acordado do berço esplêndido? Ou os tais blogueiros compartilham da índole daqueles que por eles foram ‘diagnosticados’?

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Nenhuma notícia pré-referendo me divertiu mais que essa.

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A madrugada de hoje me presenteou com um sonho pra lá de bizarro. Amanhã eu conto aqui.

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Enfim, a normalidade. Nada de propagandas demagógicas, nada de lixo eletrônico. Acima de tudo, sem debates dividindo famílias e abalando amizades.

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