A felicidade permanente é vendida por aí em propagandas de margarina, coca-cola e no culto televisivo da madrugada. Bem, pura ilusão. Não existe sujeito-sempre-feliz, e, se existisse, seria o cara mais tedioso do mundo. E embora desconfie que a maioria das pessoas não aceite essa ideia tão, assim, passivamente, suponho que toda essa presepada influencia muita, muita gente. São zilhões de robozinhos perseguindo, inutilmente, uma permanente felicidade. Nessa busca, a frustração é companhia certa. Neuroses mil, mais e mais gente deprê, e assim por diante.
Por isso, uma frase da Renata Vasconcelos (apresentadora do Bom Dia Brasil, noticiário matinal da TV Globo) é tão fascinante: “acho péssima essa obrigação de ser sempre feliz. Tristeza é fundamental” (TPM, maio de 2011). Brilhante! Como saberíamos, ora pois, como é a felicidade, aquela genuína, momentânea – até mesmo para ser mais valorizada – se não fosse a existência da tristeza? Porque – e desculpe-me pelo lugar-comum – o diamante é o que é por conta de trilhões de pedrinhas áridas e macambúzias…
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