O homem NÃO destrói a natureza

Pois é. Se seu humor for mais alto do que a média, diria que a frase está correta. Afinal, a mulher também colabora na malvada ação. Mas não se trata disso. O homem, nesse caso, fica valendo do bondoso recurso gramatical de atribuir ao masculino todo o gênero da espécie.

Reafirmo então: o ser humano não destrói a natureza. E isso não poderia surpreender. Ou pelo menos não devia, pois nesse caso há uma generalização simplória e ingênua.

Pensemos, pois, no avanço das madeireiras em territórios indígenas aqui na região Norte. Tanto o madeireiro quanto o índio são seres humanos. Mas um deles exerce sua ação na natureza com maior impacto significativo.

Imaginemos agora, a mesma espécie, Homo sapiens sapiens, a dois mil anos atrás. A intensidade dos problemas ambientais era obviamente nulo comparado com o atual. Isto é, o mesmo ser humano se relacionava com a natureza de forma diferente.

O homem, então, é diferente do mandruvá. A história social da humanidade imprime características próprias na espécie. O mesmo não ocorre com o bichinho verde nojento. Desde quando apareceu no mundo, não faz nada mais do que comer, dormir e…., bem, e dormir.

Logo, chegamos a uma conclusão: os seres humanos são os mesmos, mas a sociedade, a organização social é que faz a diferença.

No nosso caso presente, a sociedade capitalista, industrial e consumista tem no lucro sua espinha dorsal. Historicamente, temos percebido que o lucro mais cultura de consumo é igual a menos recursos naturais e mais lixo.

A natureza é vista, traduzida e relida em cifrão. Quanto mais eficiente sua exploração, mais riqueza acumulada. Pela natureza conflituosa da velha relação capital-trabalho, a riqueza acumulada pelas corporações é apropriada por alguns. Somente.

Em um mundo onde prevalecem as mega-empresas, a poluição é majoritariamente industrial, direta e indiretamente. Todavia, há um esforço concentrado em deixar a consciência de todo indivíduo pesada.

Às vezes me sinto responsável pelo buraco na camada de ozônio, vejam só…

A Terra, esse planeta coletivo, deixa de ser de todos. Ou, pelo menos, fica sendo mais de alguns do que de outros. Privatizam a riqueza e coletivizam os problemas ambientais. Querem mesmo é que alguém (nós) pague o pato.

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