Ellem Semple deu uma ‘exagerada’ nas idéias de Ratzel. Muitos falam que a geógrafa ‘vulgarizou’ o mestre alemão. Constituiu-se, assim, numa amostra de até onde uma tese interessante pode ser deformada. Infelizmente, deformação teórica como essa não tem nada de incomum.
Nos países subdesenvolvidos, por exemplo, foi muito aceita a idéia de que os países desenvolvidos exploravam os países pobres. E isso dentro de um tosco marxismo que só via opostos irreconciliáveis em tudo (é dessa safra a confrontação de uma ciência burguesa com uma ciência proletária). Aceita essa tese, devemos imaginar que um John Smith qualquer, morando pelos becos do Brooklin, explora a família Setúbal. Difícil, muito difícil.
Mais desvairada foi ainda a teoria um dia defendida por A. Toynbee, paparicado historiador inglês. Adaptando fielmente o jargão ‘explorado/explorador’, classificou as nações em países burgueses e países proletários. Como se não existisse burguesia nos países do dito ‘Terceiro Mundo’… Quanta simplificação, não?
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