Dublê de Anjo (The fall), 2009
Roy, perna quebrada, dublê. Alexandria, braço fraturado, orfã de pai. Os dois se encontram em algum hospital de Los Angeles dos anos 1920. Uma fantasiosa história prende a menina ao estranho. É um encanto tipo Shaherazade: Roy mantém a menina conectada para, ao longo da história, usá-la pra roubar remedios. Roy vinha de uma tentativa frustrada de suicídio.
O filme tem cenas belíssimas apresentadas logo no seu início. As histórias contadas por Roy, então, está repleta de imagens de encher os olhos. Histórias, aliás, que são um luxo a parte. Entretanto, e não muito tarde, Alexandria percebe a angústia do contador de história: ele é incapaz de dar um final feliz a narrativa. Roy havia desistido da vida.
É interessante perceber, pelos olhos da criança, como precisamos de sonhos, de histórias que tenham um final feliz. Os adultos perdem essa capacidade com o passar dos anos. As crianças podem nos ensinar o que já há muito desaprendemos: a fantasia não se opõe à realidade. A fantasia é parte da realidade.

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