O massacre na boate Bataclan demole o sonho de convivência solidária e respeitosa. A alteridade é um sonho desfeito pela crua realidade. Não há novidade. Os extremismos acompanham o homem desde a pré-história. A violência também.
Coldplay homenageou as vítimas do ataque com uma versão de Imagine, composta por John Lennon há quase quarenta anos e, ao que parece, destinada a ser uma canção atemporal. Daqui mil anos Imagine terá o mesmo efeito.
Realidade é realidade. Sonho é sonho. A realidade oprime o sonho. Em sua crueza, a realidade põe o sonho na condição de uma dispensável fantasia.
“You may say, I’m a dreamer
But I’m not the only one”
Pobre Lennon. Mark Chapman pôs fim ao seu sonho. E o sonhador partiu em meio a uma poça de sangue na 72th Street. Sozinho. Melancólico, para dizer o mínimo. A realidade não preza pela poesia ao por fim aos sonhos.
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