O amor exige sacrifício. Se não houver sacrifício, não há amor.
“O amor é sofredor”.
Em outros tempos, considerava que o símbolo máximo do amor era não inspirar “posse” sobre o ente que, em mim, houvesse desperto esse sentimento. Estava ainda maravilhado com uma lição d’O Pequeno Príncipe:
“Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: “Minha flor está lá, nalgum lugar. . . ”
Ou, numa versão contemporânea das velhas certezas do passado, Jorge Vercilo cantaria “Pedra preciosa de olhar/Ela só precisa existir/Pra me completar”.
Enfim, um amor despreendido, desinteressado, tranquilo, sereno. O sacrifício exigido, nesse amor, seria a renúncia a posse, o desejo de que o outro estivesse bem – mesmo que longe.
A possessividade, entretanto, está muitos níveis acima desse amor.
O Pequeno Príncipe apenas desconfiava, mas o paraíso do amor estaria no planeta isolado: uma única flor, distante de qualquer olhar, estaria a ser contemplada unicamente pelos olhos desejantes de seu amado.
Mas sacrifícios maiores são exigidos quando o amor também é maior…
Ao maior amor do mundo, a vida é exigida como consequência.
Ao entregar a vida, em morte horrenda, fomos apossados por Ele.
Um amor possessivo, eis o que é.
E “estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus” (Romanos 8:38,39)
Eis um amor verdadeiro. Um Amor.
Sem sacrifício, não existe Amor.
[Leitura: 1 Corintios, 13]
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