Palavrões

Avisam aí a juíza que, no futebol, faz-se uso, e muito, de palavras grandes, enormes,  um verdadeiro latifúndio de letrinhas. Quem vai em um jogo de futebol e não quer ouvi-las, certamente deve deixar definitivamente o esporte bretão a favor das longas e divertidas partidas de canastra no Clube dos Setenta.

E tenho dito.

Palavrões futebolísticos

A imprensa, pasmem!, descobriu que, no futebol, são ditos muitos palavrões. É a descoberta do ano.

Mesmo que a ‘perplexidade’ da imprensa seja com os xingamentos e palavrões dos técnicos (preocupação tendo como marco zero alguns murmúrios cometidos por Dunga nessa Copa), alguém tem que avisar os jornalistas que, no futebol, os jogadores xingam, a torcida xinga e os técnicos… bem, eles também xingam.

Querem cortesia e fineza? Vão cobrir partidas de xadrez da Associação Feminina Amish da Terceira Idade, ora.

Novas medidas pós-uniban

O que os alunos da UNIBAN deveriam fazer é boicotar a PLAYBOY (como essa revista ainda circula no Brasil, hein?). Proponho um ato para queimar lotes da revista, seguido de manifestações em frente as bancas de jornal. É preciso o Brasil se organizar para combater a imoralidade.

~*~

Que tipo de legislador não consegue ver a estultície que é a liberdade (libertinagem, na verdade) ao longo do litoral brasileiro? O quão constrangedor (e diabólico) é o carnaval, as novelas televisivas e a moda feminina?  Não está na hora de constituir um exército de soldados  unibanianos de defesa do litoral, da TV e da moda, em suma, a favor da pátria, família e dos bons costumes?

~*~

O movimento a favor de um Brasil livre da imoralidade, deflagrado pelos moços da UNIBAN contra a promiscuidade na universidade, já tem ganhado adeptos em outras universidades. Mas é muito pouco, convenhamos. É possível pensar em avanços, tais como cercar os (as) __________ (coloque aqui, leitor, qualquer outro segmento da minoria que tenta impôr suas vontades contra nós) nos campi e xingá-los de “safados”, “safados”, “safados”. Se tiver ainda fôlego, mais uma sequência de “fedorentos”, “fedorentos”, “fedorentos”. Ou, simplesmente, “feios”, “feios”, “feios”. Não esqueça do beicinho.

~*~

Outra possível frente de trabalho para esse novo movimento estudantil é propor um uniforme mínimo para as mulheres (“mínimo” entendido como “básico”, leitor pervertido).  Não precisa ser uma burca, mas pelo menos algo que não exponha vergonhosamente o corpo feminino. Nada de blusinhas sem manga, calças justas saint-tropez.  Não é assim que as moças a favor de uma sociedade decente devem se comportar.

~*~

Deve-se pensar também em propor rotas obrigatórias para as mulheres nos campi. Um roteiro indicando o menor caminho da entrada a sala de aula. Nada de ficar saracuteando por aí, provocando os homens. Porque algumas delas são uma provocação (afrontosa!) em pessoa. Não há burca suficiente que a esconda decentemente.

~*~

Conjugada a medida anterior, é interessante se pensar, a médio prazo, em salas separadas por sexo. Não se trata, observe!, de propor universidades masculinas e femininas, porque isso favorece a agenda esquerdista-marxista-gayzista-anti-cristã-atéia-apocalíptica dos adoradores da grande abóbora. Trata-se tão somente de evitar que as mulheres, seguindo a tradição de Eva, deixem tantos adãos subindo pelas paredes.

~*~

No mais, essa história de liberdade individual é somente balela de ditadorzinhos esquerdopatas-petralhas-comunalhas. Essa manada aí quer obrigar-nos a respeitar os outros quando eles não compartilham das nossas idéias, convicções, sentimentos e gostos culinários. Esses zumbis totalitários colocam-me um saudosismo de um tempo em que a ordem prevalecia. No fundo, é isso de que precisamos: ordem nesse mundo caótico e sem moral.

Persistência

Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido (Ricardo Teixeira, onipotente).

Pai! Afasta de nós esse cálice (Povo Brasileiro, não entendendo porque esse homem não desiste nunca).

Abaixo a campanha “Proteja a Amazônia”

250908-claudia-ohana Tão dizendo por aí que a Claudia Ohana, famosa pelo excesso capilar em áreas não alcançadas pela radiação solar, voltará as páginas centrais de uma revista destinada ao público intelectual (cóf, cóf).

As torcidas do Flamengo, Corínthians, Juventus, São Cristóvão, Barueri e demais 556 clubes nacionais rezarão, em conjunto, para que a Gillette patrocine a sessão de fotos. E ofereça um prêmio extra em dinheiro como incentivo a saudáveis mudanças no visual da selvagem moçoila.

Porque, afinal de contas, ninguém quer ver aquele espetáculo de novo.

Direitos humanos

charge1.gif

Via Tribuna da Imprensa.

Update: abaixo, texto do senador Cristovam Buarque publicado hoje no Correio Braziliense.  Grifos meus ;P

Algemas mentais

Nenhum dos advogados que criticou o uso de algemas em suspeitos ricos denuncia a falta do serviço de educação para os pobres. A Constituição garante o direito à educação, o poder público se omite e a criança permanece analfabeta até a idade adulta, mas esse fato continua invisível à Justiça.

Só agora, no século 21, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a polícia não pode constranger um cidadão, colocando-lhe algemas desnecessariamente. A demora não foi por maldade dos juízes. Eles simplesmente não tinham notado ainda a existência das algemas no cenário policial brasileiro. Elas eram invisíveis nos pulsos de centenas de presos que aparecem todas as noites no noticiário. Foram necessários 400 anos de correntes de ferro maltratando escravos, durante a Colônia e o Império, e 120 anos de República, para que os juízes brasileiros percebessem as algemas que estavam nos punhos de pobres sem bermuda, sem camisa, inclusive nas últimas décadas, nas telas da televisão, quase todos os dias.

O atraso na percepção não decorre apenas da falta de sensibilidade que caracteriza a elite brasileira, mas também do fato de que, na nossa lógica jurídica, os juízes só vêem o que é mostrado sob a óptica e o argumento de advogados. Temos uma parte da população invisível aos olhos da elite, inclusive parlamentares, juízes, políticos, professores universitários. Não temos Justiça, temos um marco legal. E ele depende da capacidade dos advogados que representam os réus.

Quando a ilegalidade é cometida contra quem paga um bom advogado, os juízes do Supremo tomam a decisão e, democraticamente, determinam que o benefício da legalidade se amplie para toda a população. A Justiça não é discriminatória contra os pobres, simplesmente eles são invisíveis para ela. Os olhos vendados da deusa da Justiça só percebem parte da realidade, aquela que chega a eles pelos argumentos dos bons advogados, representando a parte rica da sociedade que pode pagar altos honorários.

Foi preciso que a Polícia Federal usasse algemas em suspeitos ricos e bem-vestidos, e que seus advogados protestassem, para que elas fossem percebidas e abolidas tanto nos ricos quanto nos pobres. Sorte do pobre, quando seu julgamento coincide com o processo contra um rico pela mesma causa.

Não ser atendido e morrer na porta de um hospital, por falta de dinheiro ou de seguro médico, não é ilegal; portanto, a Justiça brasileira não vê, nem age. Até que um rico brasileiro morra na porta de um hospital e um bom advogado entre com processo pedindo indenização para seus herdeiros. Só assim, será possível que a Justiça se pronuncie considerando ilegal a omissão de socorro, tanto para o rico que provocou o assunto, quanto para os pobres que, democraticamente, receberiam os benefícios das legalidades. Não por justiça, mas porque o fato ficou visível e adquiriu lógica legal. Sem o advogado e seus argumentos bem convincentes, o morto na porta de um hospital é um ente invisível, seja ele rico, seja pobre.

Na saúde se passou algo parecido no país. Foi quando uma epidemia de poliomielite assolou sem discriminação de classe social as crianças no Paraná, nos anos 70; quando os autoritários dirigentes militares viram o que os civis democratas nunca tinham percebido. Iniciaram então a mais ampla campanha de erradicação da poliomielite já feita no mundo. O Brasil também é exemplo mundial no atendimento público aos portadores de HIV, porque o vírus não escolhe classe social. As doenças dos pobres só são vistas quando também atingem os ricos.

Por isso, não há um programa radical para a erradicação do analfabetismo, nem para que todos os brasileiros, independentemente da classe social, cheguem ao fim do ensino médio em escolas de alta qualidade. A falta de escola é um problema dos pobres, não é visto pela Justiça nem representado pelos advogados. A algema mental continua sendo permitida pela omissão dos governantes. É a pior de todas as algemas — porque é invisível, tira a liberdade que vem do conhecimento e dura décadas —, e só atinge os pobres. Os juízes não têm forma de perceber a injustiça porque o assunto não chega a eles.

Nenhum dos advogados que criticou o uso de algemas em suspeitos ricos denuncia a falta do serviço de educação para os pobres. A Constituição garante o direito à educação, o poder público se omite e a criança permanece analfabeta até a idade adulta, mas esse fato continua invisível à Justiça.

Está na hora de um bom advogado entrar no Supremo pedindo indenização em nome de alguém mantido algemado pela omissão do poder público que não lhe garantiu educação. Talvez então se junte ao habeas corpus para os ricos o habeas mens para os pobres; pois libertar a mente é tão importante quanto libertar o preso.

Faltou algo? 🙂

Roupa nova

O Lattes, o orkut dos pesquisadores, está de visual novo. A arquitetura de busca do repositório de currículos está mais clean e funcional.

~*~

Falando nisso, gostaria mesmo é de conhecer alguém que tenha currículo lá e recebeu algum tipo de proposta profissional. Parece-me que a função do site é catalogar e coletar dados estatísticos, para fins de planejamento e demais atividades burocráticas… e só.

Só? Não… serve também para bisbilhotar a vida alheia, possibilitando descobrir que aquela pessoinha que lhe tirou a vaga na pós-graduação, em um passado não muito distante, detem um currículo pra lá de medíocre.

E ao contrário do orkut, mentir sobre seus dados no lattes dá o maior fuzuê…

Como inserir seu msn no perfil do orkut

Sim, você quer que toda sua rede de amigos no orkut conheçam seu msn e você não sabe como inserí-lo em seu perfil? Fez consulta no Todo-Poderoso e ele somente informou perguntas não respondidas em fóruns internéticos? Tá se sentindo uma toupeira, é?

Não se abale. Titio aqui – que até agora pouco estava na condição de toupeira – lhe explica.

Primeira coisa é certificar que a página é de teu perfil (dããããã.).

(sim, porque se você for dar uma de esperto e clicar em “editar perfil”, ficará um bom tempo procurando um campo para inclusão do seu perfeito msn e, claro, não achará bulhufas).

Dispois, clique no quinto botãozinho “editar”, de cima pra baixo, e selecione o melhor Instant Messenger do planeta no drops “Nome de usuário IM (1)”.

É esse blog contribuindo solidariamente para a paz mundial e a felicidade geral da nação brasileira.