Não, não assisti integralmente nenhum jogo. Afinal, estava no trabalho. Do pouco que vi – em uma ou outra escapadela – e baseado em uma e outra conversa, tive a impressão de que Africa do Sul e México foi um bom jogo. Torci para o time africano. No outro jogo, França e Uruguai, vi apenas os melhores momentos à noite. Como, nesse jogo, torci para o Uruguai, tive um péssimo início de Copa como torcedor. Pé-frio total.
Esportes
C.R. Flamengo, campeão brasileiro/2009
Aparência é tudo
Lin Miaoke foi a garotinha chinesa que apareceu “cantando” na abertura das olimpíadas. A voz era de outra criança, que fora excluída por não passar no “teste da aparência”. Pelo menos a burocracia estatal não é dissimulada: “Foi por interesse nacional”, disse o organizador da abertura.

Jovens chineses: os mais belos e também os mais feiosos, enfim, juntos.
A “vistosa aparência” do país mais populoso do mundo possivelmente estará em alta até o fim da olimpíada, quando provavelmente todos lembrarão da perversidade que representa o “chinese way of life“.
E o que resta desse roto espírito olímpico enquanto conflitos pipocam por todo o mundo e as chamas da sagrada tocha queimam numa nação autoritária e opressora?
Reeditando Prost e Senna?
Já disse por aqui que há tempos não aparece uma temporada da Formula 1 tão competitiva e emocionante como a que temos em 2007.
Ontem, por exemplo: derrapagem e ultrapassagem constantes marcaram o GP da Europa, realizado em Nürburgring, na Alemanha. As monótonas corridas, sobrando o caracter tecnológico determinista, aparentemente ficaram para trás. Tivemos, vejam só, o novato e desconhecido Markus Winkelhock, piloto alemão da minúscula Spyker, liderando a prova – por breve momento é verdade, mas impensável alguns anos atrás.
A frieza característica da era Schumacher, ao que parece, saiu de cena juntamente com o piloto alemão. Ou como ignorar o arranca-rabo entre o antipático Alonso e o nervosinho Massa, uma versão atual das relações pouco amorosas entre Ayrton Senna e Alain Prost? Aliás, acho que o Felipe foi imprudente; a reclamação do tal ‘Príncipe das Astúrias’, em relação ao toque entre os dois carros, deveria ser respondida com uma barulhenta gargalhada. Ou, então, um ‘Apelou, Mané? Assim cê perde, rapá…”. E assim mesmo, nesse bom português, pra não facilitar.
[parênteses para Ralf Schumacher: a FIA deveria recomendá-lo dar cabeçadas, sem capacete, claro, no muro de proteção da pista, assim que sair nervosinho do cockpit. É menos feio que tentar espancar gentis e bem-intencionados fiscais de prova.]
Cabe, ainda, palavrinhas sobre o atendimento do guindaste ao piloto inglês, Lewis Hamilton. Uma rapidez que só vendo. Até os manobristas do autódromo dão uma forcinha. Pena que, dessa vez, a sorte não o ajudou. Para felicidade, obviamente, de Alonso, Massa e boa parte dos brasileiros.
Provocando
Quando chegar ao posto de presidente da Federação Internacional de Automobilismo, minha primeira medida será oferecer o ‘Monaco Grand Prix‘ à União Ciclista Internacional. Acredito ser uma estratégia excelente para manutenção da competitividade em esportes de alta velocidade.
Assino e dou fé.
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Grande Prêmio de Mônaco, 1992, três últimas voltas. Lembranças de como a F-1, mesmo sem ultrapassagens, era muito mais disputada – e por isso melhor – que, grosso modo, os dez últimos anos.
A época em que assistir o Grande Prêmio de Mônaco era garantia de muita emoção há muito se foi. Restou uma prova burocrática, enfadonha, que, na situação de pouquíssimas ultrapassagens que a Fórmula Um vive, é tranquilamente dispensável.
Que os magnâmios tradicionalistas ofereçam-me o perdão por tal heresia.
Nasce um mito?
Pódio em todas as corridas disputadas nesse ano, logo na estréia, credencia Lewis Hamilton a ocupar o posto de ‘gênio’ deixado na ausência de Schumacher. É o cara a bater. O fato de não ganhar nenhum Grande Prêmio não é, de fato, nenhum empecilho. Estar entre os primeiros nessa condição lhe dá o que falta a muitos pilotos neófitos: regularidade. Veja, por exemplo, o caso do Felipe Massa, exibindo, nesse ano, apresentações decepcionantes e corridas magistrais (e se é que podemos considerar o Felipe como um ‘novato’…). Claro que a torcida é pelo Massa, mas o Hamilton, por enquanto, tem apresentado com mais nitidez o perfil de um equilibrado vencedor de temporadas.
Incômoda é a condição de telespectador da Globo, tolerando o Grande Boçal ridiculamente insistir no apelido de ‘Robinho’ ao piloto estadunidense. Haja saco.
Temporada 2007 de Fórmula 1
Depois do terceiro Grande Prêmio de F-1, um novo desenho da competição se anuncia. Não lembro, na ‘era schumacher’, de algo semelhante: três pilotos com a mesma pontuação (Raikkonen, Alonso e Hamilton) em primeiro lugar com 22 pontos. Dois concorrentes não estão muito distantes (Massa, 17, e Heidfeld, 15), dando sinal de que a velha e boa competitividade retorna à elite do automobilismo mundial.
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Na maior comunidade de discussão de F-1 do orkut, Felipe Massa foi objeto de debate em um tópico aberto ano passado e bastante recorrido após essa última etapa. As coisas foram postas assim: o brasileiro é muito limitado, pois com o carro vermelho em mãos, não
conseguiu muita coisa ano passado.
Dificilmente Felipe conseguiria alguma coisa; tinha como concorrência tanto a genialidade de Schumacher quanto a prioridade da equipe no bom funcionamento do carro do piloto alemão. E isso, como já avisava Eddie Irvine ao sonhador Barrichelo, no final da temporada de 1999, era profundamente desalentador.
Massa é um bom piloto. Não é um gênio. Aliás, não há nenhum ‘deus’ na temporada atual; inexiste aquele piloto que, à semelhança de Schumacher e Senna, resolve a situação com habilidades divinamente refinadas.
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Dentre as surpresas, está esse moço inglês, Lewis Hamilton. Estar na frente de tanta gente experiente (inclusive seu companheiro de equipe, o atual campeão Alonso) logo na estréia não é para muitos.
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Há ainda o Barrichello. Sim, ele ainda corre, apesar de o Jornal Nacional, um dia antes do GP, sequer informar a sua posição no grid. Pesou a Barrichello a pecha de substituto de Senna. Gênios são insubstituíveis. E, como Massa em início de carreira, obscureceu-se na sombra do Schumacher.
Mesmo assim, não concordo com as opiniões geralmente negativas sobre o piloto.Está numa equipe, hoje, que é a grande decepção da temporada (Honda). Button, saudado animosamente quando chegou à F-1, não consegue, via de regra, superá-lo. Sem falar que, em algumas situações, mostrou superioridade em relação ao desempenho do Schumacher.
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Lembro-me que, quando culpávamos a MacLaren pelos fracassos de Senna no início da década de 1990, a Williams desfilava soberba nos GP’s. A transferência do piloto brasileiro para a scuderia inglesa, em 1994, seria um casamento perfeito. Excepcionais carros e piloto. Algumas corridas depois, Senna morre. A equipe não se abalou: 1996 e 1997 arrebatou tanto o campeonato de pilotos quanto de construtores. Depois do último título, ganho pelo polêmico Villeneuve, a equipe vem decaindo progressivamente. A quinta posição da equipe ano passado indica que a carreira de Nico Rosberg, outro excelente piloto, está ameaçada.
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A Renault também vem sendo uma decepção. Nem parece ser aquela equipe que largava no grid afrontosamente mais rápida que as demais. O visual pesado, como disse meu amigo Edk, está mais pesado do que devia.
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Eu gosto de Fórmula 1.
Portugal 2 x 0 Brasil

Ultimamente, estou a sentir uma estranha satisfação quando o placar é desfavorável a Seleção Brasileira de Futebol.
Em todo caso, não posso – pelo menos hoje – ser acometido do remorso por traição a pátria: Felipão é brasileiro, ô pá!
As cores da F-1
Eu devia ter uns três anos quando ganhei um macacãozinho da Ferrari. Todavia, o corpo em crescimento não foi muito piedoso; logo, logo, tive que deixá-lo. Mesmo assim, impedia minha mãe de fazer com o macacão o que ela costumava fazer com as outras roupas: doá-las. Até que um dia cheguei em casa e não mais o vi.Não que eu gostasse da Ferrari – nem ao menos entendia aquela fileira de carros. O que me atraía era aquele conjunto de cores, aquela confusão de tons. Somente aos seis, sete anos, que os carros, os motores, os sons, os pilotos de dezenas de países formaram o conjunto irresistível daquilo que até hoje – mesmo sabendo da preponderância do carro frente ao piloto – ainda sou apaixonado.
Evidentemente, considero ainda as cores do bólido de um F-1 uma atração a parte. E se a McLaren me deixou frustrado ano passado, depois desse Renault aí embaixo, qualquer presepada que porventura apareça não me incomodará.

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No site da Renault, há uma referência ao ano de 2007 como Ano 1 D. S. (Depois de Schumacher). Bons tempos virão, então.
Acabou, acabou, acabou…
Foi uma copa de pouco gols. A Fifa, preocupada, já pensa em mudar as regras. Tem gente falando em apenas dez jogadores, outros defendendo o aumento do tamanho do gol, outros indicando que o campo está grande demais.
Tudo isso para um problema simples: apresentação ruim de times retranqueiros e a presença firme de bons goleiros. Partindo desse ponto de vista, é uma incoerência propor mudanças de regras para um problema técnico.
Cá comigo, vejo uma saída: convocação dos goleiros nas seleções de base. Ou na seleção máster. Debaixo da trave, só quarentões ou adolescentes. Vai parecer uma partida de futsal…
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Em momentos após a derrota da Seleção Brasileira, vi funcionários de uma loja desfazendo-se dos enfeites verde-amarelos com um misto de ódio e revolta. Daí fico a pensar: o sentimento pátrio é submisso a qualidade do futebol?
Pelo menos, nessa circunstância, são poucos a se interessar em quebrar as cornetas em minha cabeça quando julgo o hino da Itália o mais bonito do mundo.
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Cheguei até a defender o Parreira timidamente em alguns blogs amigos – e enfaticamente em casa e no trabalho. E aí vem o Roberto Carlos dizer que o posicionamento da defesa era um arranjo tático. E aí vem a Globo mostrar várias cenas em partidas anteriores mostrando a mesma movimentação que culminou com o gol da França. E aí eu entro no coro: BURRO!
🙂