
Esportes
O mundo é uma bola
O Ronaldo continua gordo. Fazer gols não emagrece, como o fofômeno gosta de repetir. Eu sou o exemplo vivo disso.
Ao contrário do que pode parecer, gosto do atacante. Ele pode fazer a diferença – mesmo tocando na bola lá de vez em quando – como já demonstrou nessa copa.
Estar gordo não o diminui. Desde que se mantenha mais ou menos como “El Pibe de Oro” gordito na Copa do Mundo do México, em 1986, preferencialmente.
De minha parte, quero que o Ronaldo continue gordo. E fazendo gols, muitos gols. Os gordos do mundo agradecem.
🙂
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Nunca torci tanto para uma seleção estrangeira como hoje. Senti como se estivesse nascido ali, pelas ribanceiras do Tejo.
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E o Henry perdeu a chance de ficar calado. Dizer que os brasileiros são melhores porque não vão a escola…
Os analfabetos verde-amarelos poderiam forçá-los a contar até dez. Com quatro de Ronaldo, três de Ronaldinho, dois de Gilberto Silva, um do Juninho Pernambucano, outro do Rogério Ceni, esse no finalzinho do segundo tempo.
Gordo, gordo, gordo.

Salve a seleção…

A repartição já está assim: toda verde-amarela.
Resta-me, desde já, estar psicologicamente preparado para a ingrata tarefa de torcer pela seleção brasileira e, ao mesmo tempo, contra o Galvão Bueno.
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Véspera da Copa do Mundo de Futebol, em 1998, uma professora divagava em sala de aula sobre seu dilema: estava entre torcedora do Brasil e eleitora de Lula. Argumentava que a vitória do Brasil, seguida da presepada oficial, seria explorada eficientemente por FHC. Em miúdos, a vitória do Brasil significaria a manutenção do segundo mandato do Doutor Fernando.
Nessa lógica, ressentimento e decepção do torcedor relacionariam intimamente com ressentimento e decepção do eleitor, assim como o desempenho da seleção brasileira corresponderia ao resultado eleitoral do candidato da situação.
Errou feio. A complexa realidade nem fez conhecimento dessa curiosa relação. O Brasil, como se sabe, foi humilhado na final, mesmo destino da oposição lulista. E só pra contrariar, a edição seguinte da copa, Brasil conquistando o pentacampeonato, não foi suficiente para garantir a permanência do projeto tucano para o Brasil.
Enfim, uma teoria bocó.
Caso queira dar fé a algum tipo de relação desse naipe, as últimas duas copas oferecem elementos reveladores. Se o hexa vir, Lula sai. Se não, Chuchu ganha. Para o ‘povo do poder’, sorte no jogo, azar na eleição. Às apostas, manos.
Começou…
… a temporada da ‘nata’ do automobilismo esportivo mundial. As suspeitas confirmaram: o velho alemão e a Ferrari estão retornando aos bons tempos.
Numa comunidade de discussão virtual, por pouco não faturei um bolão. Minha aposta era em um pódio formado por Alonso, Schumacher e Massa.
O Felipe Massa, além de frustrar minha aposta, destruiu o otimismo de muito marmanjo que esperava uma etapa diferente para os brasileiros esse ano. Uma derrapada banal, um erro simplório. Tudo bem, a corrida de recuperação foi boa, e é apenas a estréia dele na Ferrari.
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Apesar de ser uma impressão muito apressada, parece que as mudanças para essa temporada estão surtindo efeito. Não é nada que lembre os bons anos oitenta, enfim, mas já dá pra pensar em uma corrida de F-1 mais emocionante.
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Equipes novas, carros novos, uma profusão de cores para todos os gostos. Nada me convence, porém, que esse carro da McLaren é bonito. É ou não o mais feioso desse ano?

Soteriologia rubro-negra
A salvação do melhor time do mundo é originária do Paraguai. A euforia – nada prudente, já que foi o primeiro jogo do paraguayo, um joguinho só – lembra um ingênuo otimismo etílico, capaz de deixar no esquecimento o futebol pobre apresentado esse ano (e nos últimos dez também). Euforia… as piores ressacas saem de uísque paraguaio.
Igualité et Formule Un
Igualdade, liberdade, fraternidade. Esse talvez seja o ideal político mais famoso do mundo e símbolo mais lembrado da Revolução Francesa.
(Das três palavrinhas básicas, a mais pouco lembrada é a fraternidade. Seria por seu conteúdo muito piegas, sentimentalóide?)
Muitos entendem, principalmente os liberais, que essa igualdade é uma igualdade de condições. O resultado, o produto do trabalho, seria de acordo com a maestria individual apresentada.
Quem está mais a direita desse pensamento (sim, ainda acredito que exista direita e esquerda) defende ainda que a própria condição inicial é fruto de habilidades próprias.
No atual campeonato de Fórmula-1, temos um exemplo claro desses dois pensamentos. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) pensa como os primeiros. A Ferrari incorpora a segunda idéia.
A FIA está preparando um pacote de novidades para o campeonato de 2007. O objetivo é aumentar a competitividade entre as equipes. Além de padronizar alguns componentes (pneus, câmbios) e em abolir várias criações tecnológicas, como o cambio automático.
A Ferrari e o Galvão Bueno são contrários. O sabor da inigualável superioridade de anos seguidos ainda está adoçando a boca de ferraristas. Já Galvão acha que o que diferencia a F-1 das demais categorias automobilísticas são os perdulicários tecnológicos.
Concordo com a FIA. Não há nada mais sem graça que ficar assistindo duas horas de corrida para somente verem ultrapassagens em momentos de pit’s. Isto é, das duas horas, somente alguns minutos são interessantes.
Dada a realidade, é praticamente impossível uma Jordan cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. Como também é improvável um Zé qualquer se integrar a esse desejoso mundo de consumo que aí está, livre e disponível pra qualquer um.
A menos que, revolucionariamente, as poderosas equipes sejam mandadas para o Box. Todas.
F-1. Por pouco, F-0.
Somente seis carros na F-1. Incrível. Depois da surpresa, poderia ter chumbo grosso por aí. É o mínimo que se pode esperar.
Sugestão seria todos os amantes de automóveis NÃO comprarem mais pneus Michelin. Ou não foi um atestado de incompetência da fábrica francesa?
Outra medida seria solicitar GENTILMENTE que as sete equipes rebeldes voltassem a repetir a manobra do último GP. Isto é, darem a volta de apresentação e se encaminharem ao pit.
Pelo menos assim o Rubinho ficaria em segundo. Em segundo. Rá!
Esfriar a Guerra Fria?
Nesse tempo todo sem blogar aconteceram muitas coisas.Na minha visão bastante pessoal, acho que as duas mais importantes foram o repeteco da vitória do Alonso (será a Renault a nova Ferrari?) e a morte do Papa João Paulo II.
Em relação ao primeiro acontecimento, é previsível que alguém venceria a corrida. Caso não acontecesse nenhum terremoto gigantesco no Bahrein ou uma invasão terrorista (americanos ou extremistas do Oriente Médio, tanto faz), depois de duas horas do início do Grande Prêmio o mundo conheceria o campeão da terceira etapa da F-1. Jornalistas a postos, a novidade seria qual piloto dos vinte cruzaria a linha de chegada primeiro. Assim, a notícia do campeão somente poderia ser dada depois da ultrapassagem do bico do carro na linha de chegada.
O mesmo não aconteceu com a figura do Papa. Atentamente, os jornalistas acompanhavam os últimos minutos da vida do Sumo Pontífice. Mas as reportagens estavam prontas. Já estava tudo organizado. Só faltava o coração de Vossa Santidade parar de bater. Muito funesto, não?
A novidade, a meu ver, foi a internet, esse meio sacramentado como o símbolo da rapidez de informações do mundo pós-moderno, ter noticiado o falecimento de João Paulo II tardiamente. Após dezesseis minutos, aproximadamente, do “flash” feito pela Fátima Bernardes, o portal UOL veiculou a notícia fúnebre.
A previsibilidade da morte do Papa não impediu reportagens escritas às pressas. Em uma dessas, quase rolei de rir. Escrita pelo Ricardo Feltrin (excelente colunista que escreve sobre programas de televisão para a Folha de São Paulo), capturei-a com o Print Screen. Veja abaixo:

Racismo e Futebol?
A imigração constante e em grande quantidade de pessoas dos países pobres em direção às grandes potências (principalmente no caso das nações européias e estadunidense) tem gerado um certo desconforto para os “de casa”. (Curiosamente, imigração foi o tema de uma aula de Geografia no Omega no início desse mês).
Xenofobia (horror a estrangeiro) e racismo andam de mãos dadas nesse momento. O ódio ao outro, ao diferente, vai se alimentando silenciosamente. Ou nem tanto silencioso assim…
Semana passada, causou o maior barulho na mídia o caso das manifestações racistas de torcedores espanhóis em estádios de futebol. E a índole dos cartolas da Espanha lembrou a de alguns daqui: minimizar algo grave, desconversar coisa séria.
É isso aí. Coisa séria sim. Nem parece que a Europa aprendeu a lição da intolerância, mais de meio século atrás. Que feiúra…