A rainha temia pela escolha do elfo. “E se a floresta e o castelo se incendiassem ao mesmo tempo? Quem elfo salvaria?” Na inocência do amor em idade precoce, elfo desejaria salvar a todos.
Elfo mudou, rainha também. Efeito do tempo, da solidão da floresta, do aconchego palaciano. O elfo preocupou-se muito mais com o bem estar da realeza. Mas a rainha também, procurando afastar qualquer centelha inflamável.
A rainha, antes carente da ação protetora do elfo, se protegeu de tal maneira que nenhum foco de incêndio foi detectado por anos. Enquanto a bela nobre se descansava, tranquila, o gélido coração do elfo se despedaçava, diariamente, ao olhar pro castelo feliz, colorido e musicado.
Hoje, elfo não teria dúvidas. Daria sua vida para salvar a vida da rainha. Mas, por essas tristes coincidências que não acontecem em um conto de fadas tradicional, a rainha não mais precisava da proteção de um elfo.
Solitário na floresta, elfo olha pela última vez a construção encastelada e, das margens da floresta, recua alguns passos rumo ao interior para, em semblante inescrutável, viver seu silêncio.