Desejo, logo me frustro

A morte da atriz Leila Lopes, largamente noticiada, rendeu alguns comentários interessantes no rodapé de algumas reportagens da Folha Online sobre o tema. Em relevo, a solidão do homem moderno, a busca pela aparência e a futilidade das relações humanas.

A grande marca da humanidade hoje é, talvez, um permanente estado de anseio (futuro) e descontentamento (presente), manifestado em qualquer classe social. O foco da vida se reduz no desejo e na sua consequente satisfação. O resultado, já se sabe, é a frustração: ou por ter conseguido e ver que aquilo não era tão assim, ou por não ter logrado êxito e, por essa razão, se sentir a mosca no cocô do cavalo do bandido.

Sobra-me uma conclusão piegas, porém verdadeira: a vida, por pior que seja, ainda é melhor do que a outra alternativa.

Novas medidas pós-uniban

O que os alunos da UNIBAN deveriam fazer é boicotar a PLAYBOY (como essa revista ainda circula no Brasil, hein?). Proponho um ato para queimar lotes da revista, seguido de manifestações em frente as bancas de jornal. É preciso o Brasil se organizar para combater a imoralidade.

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Que tipo de legislador não consegue ver a estultície que é a liberdade (libertinagem, na verdade) ao longo do litoral brasileiro? O quão constrangedor (e diabólico) é o carnaval, as novelas televisivas e a moda feminina?  Não está na hora de constituir um exército de soldados  unibanianos de defesa do litoral, da TV e da moda, em suma, a favor da pátria, família e dos bons costumes?

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O movimento a favor de um Brasil livre da imoralidade, deflagrado pelos moços da UNIBAN contra a promiscuidade na universidade, já tem ganhado adeptos em outras universidades. Mas é muito pouco, convenhamos. É possível pensar em avanços, tais como cercar os (as) __________ (coloque aqui, leitor, qualquer outro segmento da minoria que tenta impôr suas vontades contra nós) nos campi e xingá-los de “safados”, “safados”, “safados”. Se tiver ainda fôlego, mais uma sequência de “fedorentos”, “fedorentos”, “fedorentos”. Ou, simplesmente, “feios”, “feios”, “feios”. Não esqueça do beicinho.

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Outra possível frente de trabalho para esse novo movimento estudantil é propor um uniforme mínimo para as mulheres (“mínimo” entendido como “básico”, leitor pervertido).  Não precisa ser uma burca, mas pelo menos algo que não exponha vergonhosamente o corpo feminino. Nada de blusinhas sem manga, calças justas saint-tropez.  Não é assim que as moças a favor de uma sociedade decente devem se comportar.

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Deve-se pensar também em propor rotas obrigatórias para as mulheres nos campi. Um roteiro indicando o menor caminho da entrada a sala de aula. Nada de ficar saracuteando por aí, provocando os homens. Porque algumas delas são uma provocação (afrontosa!) em pessoa. Não há burca suficiente que a esconda decentemente.

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Conjugada a medida anterior, é interessante se pensar, a médio prazo, em salas separadas por sexo. Não se trata, observe!, de propor universidades masculinas e femininas, porque isso favorece a agenda esquerdista-marxista-gayzista-anti-cristã-atéia-apocalíptica dos adoradores da grande abóbora. Trata-se tão somente de evitar que as mulheres, seguindo a tradição de Eva, deixem tantos adãos subindo pelas paredes.

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No mais, essa história de liberdade individual é somente balela de ditadorzinhos esquerdopatas-petralhas-comunalhas. Essa manada aí quer obrigar-nos a respeitar os outros quando eles não compartilham das nossas idéias, convicções, sentimentos e gostos culinários. Esses zumbis totalitários colocam-me um saudosismo de um tempo em que a ordem prevalecia. No fundo, é isso de que precisamos: ordem nesse mundo caótico e sem moral.

A partida

As coisas poderiam ser mais simples, do tipo “quem é bom vive muito” e “quem é mau morre já”.

Nessa simplicidade, consideraria, inclusive, que 81 anos para uma pessoa é pouco, se a bondade do(a) jovem senhor(a) fosse notória a todos.

Homens e mulheres dignos, aliás, não deveriam morrer com menos de duzentos anos. Ah, como essas pessoas fazem falta quando se vão…

É por isso que a ausência de Manoel Coelho, mais conhecido como “Tio Nego”, um dos tios mais queridos da família, está e continuará sendo muito dolorosa.

Reflexões sobre um epitáfio

Bem, ele esperava qualquer sensação asquerosa, nojenta, odiosa. Não a indiferença. O safado morreu. Desapareceu a bestial figura que, aproveitando da parentela, agiu pederestamente. Atitude, evidentemente, foi ocultada de todos; pelo monstro, por motivos óbvios, e, pela vítima, por medo da repercussão que esse fato traria.

Embora criança, na ingenuidade de seus poucos anos, desconfiava que aquilo que foi feito era muito feio, era muito grave. Ou porque a preocupação obsessiva do ‘tio’ em esconder o acontecido, em exigir o segredo, se tal coisa fosse normal?

Mas, enfim, ele está morto. A morte foi atroz, das mais dolorosas que a natureza pode oferecer a um corpo humano.

Não foi suficiente, porém, para condicionar um sorriso de satisfação no rosto da vítima. Não despertou nenhum sentimento de vingança, de justiça feita, a despeito dos anos e anos decorridos até então.

A ausência de qualquer manifestação de alegria estava em total sintonia com a indiferença sentida na alma.

Ele, o ‘tio’, simplesmente não mais existia no mundo corporal. Ele desapareceu, assim como sumia, em sua infância, os barquinhos de papel depositados na suave correnteza dos riachos no interior de Goiás. Não deixavam saudade, não faziam falta: o guri compreendia apenas que aquele era o curso natural das coisas da vida. Não mais via a pequenina nau de papel, e nenhuma preocupação aflorava. A natureza haveria de cuidar do destino do barquinho. O objeto flutuante só era “dele” enquanto a vista o discernisse. Se fizesse parte de “sua” paisagem, era seu. E sendo “sua”, a egoísta criança se importava, pois cuidava – e bem – daquilo que fazia parte de si.

O menino – agora ocupando uma forma humana com feições adultas – ainda especula o que poderia ser diferente se o safado não tivesse cometido tal torpeza. Seria menos tímido? Teria mais sucesso com as meninas na adolescência? Seria menos inseguro? Teria menos pudor em expressar seu pensamento, independente das pessoas que o cercam? Seria mais apegado a família? Seria menos emotivo e melancólico? Seria menos acovardado frente a dura realidade que aí está posta?

Absorto, pensa – um pouco frustrado – que tudo poderia ter sido diferente.

Insight

De vez em quando, sinto enorme prazer em ser um irresponsável. Aflora um desejo incontido de mandar as favas, chutar o balde, descer o sarrafo no pé da mesa.

Mas é só de vez em quando.

O novo socialismo

Paulo Skaf e Gabriel Chalita são as novas estrelas do socialismo paulista, etiqueta PSB.

Fiquemos assim: no Brasil, o que deveria ser NÃO É. Sociais-democratas não têm escrúpulos em defender políticas neo-liberais, liberais não se envergonham em se beneficiar da enorme máquina do governo, comunistas apóiam governos que respeitam o sagrado instituto da propriedade privada…

Daí ser natural daqui uns anos o eleitor de esquerda, por coerência, votar no PRONA.

Dilema

Pois vá.

Fuja.

Não olhe para trás.

Apague-me da memória.

O tédio lhe alcançará.

Volte.

Encontre-me.

Olhos-nos-olhos. Corpo-a-corpo.

Desejo. Viva lembrança.

Seu suspiro lhe denunciará.

Manifesto Público – Brasileiros em Honduras

Tá circulando por aí, em blogs insuspeitíssimos e isentos, um manifesto supostamente feito pela comunidade brasileira em Honduras.

O manifesto se posiciona contra uma tal “ingerência” da política externa brasileira nos assuntos internos hondurenhos e é assumidamente favorável ao movimento golpista que se instalou por lá.

Mas o tal manifesto, hipoteticamente porta-voz da comunidade brasileira, foi elaborado e assinado por um núcleo (familiar?) muito restrito: quatro nomes, ambos da família “Castillo” (essa tradicional família brasileira…), residentes em San Pedro Sula.

Bastante representativo, não?