Retorno…

Pois bem, o último post foi para dizer que, enfim, eu voltei, depois de muito tempo. Tempo, aliás, pouco produtivo, uma vez que não terminei ainda minha pós-graduação.

Mas estamos na parada, dando mais um fôlego a essa vidinha virtual, modalidade blogueira.

Analfabetismo geográfico

Muito se fala de um tal “analfabetismo geográfico” entre os estadunidenses. Qualquer rodinha em que o tema Estados Unidos se levanta, lá está a piada: os americanos não sabem Geografia.

Tal “analfabetismo” já foi notícia na década de 1990, quando uma pesquisa demonstrou que o norte-americano pouco sabia da geografia mundial. Isso deflagrou uma campanha nacional para se ter a Geografia implantada nos currículos escolares.

Na presente década, outra pesquisa apontou para os mesmos resultados. Apesar de instituída, parece que a disciplina escolar não obteve bons resultados.

Esse analfabetismo geográfico como típico do americano não passa, na verdade, de um despropósito.

Primeiro, porque saber Geografia não significa localizar os mais de duzentos países no mapa. O americano médio não tem obrigação de saber onde fica o Casaquistão ou onde está localizada a Eritréia. Haverá sempre perto uma enciclopédia,  ou, na falta de alguma coisa impressa, uma wikipedia da vida.

Segundo, porque o que acontece com os americanos médios,  os tais comumente denominados de  “populares”, sucede também no Brasil. Os grandes assuntos do momento, ao que parece, não são suficientes para envolver os ocupados adultos, mergulhados que estão em seus cotidianos limitados.

Isso, para professor de Geografia do Ensino Médio, como eu, é fato corriqueiro. A  maioria da galerë não sabe localizar no mapa-mundi países parceiros do Brasil, como a China, Estados Unidos e Argentina.

Tudo isso pode ser sinal de um problema maior, que é a má formação que as pessoas adquirem no decorrer da vida escolar. Muito mais que saber nomes de países, o fato de não conhecer a dinâmica do espaço mundial contribui, a meu ver, para ampliar a alienação da população – seja ela americana, brasileira ou mexicana.

Assim, gozar do americano médio e silenciar sobre o brasileiro médio não passa de uma mera contradição. De um brasileiro médio, claro.

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O que é, o que é

O que é, pois,
o medo.

Tenta, razão,
senti-lo.

O que é, pois,
a ansiedade.

Tenta, razão,
compreendê-la.

O que é, pois,
a frustração,

Tenta, razão,
domá-la.

O que é, pois,
tudo isso,

senão um sinal
da vida humana,
demasiadamente humana.

O dia das coincidências felizes

Bem, o fato de acordar às 08 horas em pleno domingo, sem auxílio do despertador, telefone tocando ou algum desavisado apertando o botão errado do interfone me deixou com a expectativa de um dia bom.

Lembrei-me de Felipe Massa. Já estava grogue com a forçação de barra da Rede Globo. Pôxa, o cara tem que vencer e torcer para que o genial Hamilton não chegue em quinto lugar? Bah… Mas, enfim, o dia alegre até que me deixou esperançoso. Felipe será campeão.

~*~

Fazendo companhia até a rodoviária de Brasília à minha digníssima, que viajaria hoje para o interior de Goiás, resolvemos almoçar no Conjunto Nacional. Um papilote na cabeça, quando já estávamos na praça de alimentação do shopping center, fez-me desconfiar que fui descoberto em meio a multidão. De fato: surpreso, pude ver um amigo que não via mais de ano. Veja só a coincidência: o cara, servidor do IBAMA, sai do Tocantins, vem a Brasília fazer curso e, em meio a multidão, a gente se encontra.

Pois bem. Conversa vai, conversa vem e, na mesa a nossa frente, três rapazes espadaúdos se sentam. E daí eu imagino que conheço um deles. Tento nos arquivos recônditos de minha falha memória e – tchan – uma foto do orkut aparece. É o Edkallen, meu amigo acreano. Só pode.

Tirada a prova dos nove, sim era ele. Estava – vejam só – fazendo um curso aqui em Brasília oferecido por sua renomada instituição.  Disse-me que achava que eu fosse maior, e tal. Foi gentil: poderia dizer que nunca, na história desse país, viu um rapaz abaixo dos trinta anos com uma saliência abdominal tão grande. Essa é a vantagem do orkut e do photoshop, amigos. 😉

~*~

O blog entrará em recesso – um longo período de hibernação. Talvez até volto com outro projeto, destinando esse espaço para um site e movendo o blog para um outro lugar. Já o motivo da pausa é nobre: devo finalizar a pós-graduação antes que ele acabe comigo. Como legítimo brasileiro, andei brincando com os prazos e me dei mal. E papai quer ter um doutor o quanto na antes na familia…

Se esse espaço estava tão subutilizado, tão meia-boca, o tempo que sobrará para a internet será insuficiente para alimentá-lo de pequenas bobagens. Se houver tempo, desempenharei a nobre função de comentarista em blog alheio.

~*~

E Felipe não foi campeão – por um beiço de pulga. Mas isso já era esperado, não?

Pif paf

Duas historinhas abaixo.

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O DFTV, jornal local da TV Globo de Brasília apresentado pelo Sr. Alexandre Garcia (antes lustrador das botas milicas, hoje ferrenho defensor das liberdades cidadãs) e Srta. Fernanda de Bretanha (que diariamente briga com o teleprompter, engasgando uma frase aqui outra acolá), flagrou um policial estacionado em vagas para deficientes em maio desse ano.

Pouco mais de dois meses depois, um carro da mesma emissora foi fotografado no Aeroporto de Brasília. Onde? Na vaga exclusiva para viatura policial.

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Comemorou-se por aqui a queda na taxa de acidentes de trânsito. Várias reportagens elogiaram esse pacto da vida estabelecido pela tal “Lei Seca”. Em uma ou outra reportagem, a emissora exibia, com visível satisfação, os fiscais do DETRAN-DF enquadrando motoristas que mal se sustentavam sobre duas pernas. Os dois paladinos da moralidade regozijaram. Até que…

Bem, Bretanha, essa semana, foi pega dirigindo alcoolizada.  A jornalista está afastada como âncora do telejornal até que os brasilienses esqueçam do fato. Certo.

~*~

Li por aí que seria hipocrisia criticar a apresentadora: os jornalistas não estão acima dos erros que nós, humildes mortais, cometemos. Uélll, eu achava o contrário, mas tudo bem… O problema não é pisar na bola. O problema está em estabelecer padrões morais rígidos e, em sequência, ser enquadrado pelo próprio julgamento. Isso sim é hipocrisia.

Persistência

Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido (Ricardo Teixeira, onipotente).

Pai! Afasta de nós esse cálice (Povo Brasileiro, não entendendo porque esse homem não desiste nunca).

Três rapidinhas vejáticas

[n. 2082, 15.out.2008]

# Contrariando os parvos que não gostam de democracia, as últimas eleições demonstraram, sim, que o povo sabe votar. Essa é a conclusão de Veja. Exemplos, segundo o semanário, não faltam: Richa, eleito em Curitiba; Kassab, em Sao Paulo, e Gabeira, no Rio, liderando as pesquisas de intenção de voto para o segundo turno. Então fica assim: quando o povo preferir candidatos que se encaixem no menu vejático, o  grau de inteligência cívica é 10. Sobra espaço para contradição, claro: Lula, com recorde de popularidade, NÃO é exemplo dessa mesma inteligência. Terapeuta, já!

# Lá no miolo da revista,  o semanário informa-nos que candidatos enrolados com a justiça foram eleitos. Dentre eles, João Mendes (PRB) e Carminha Jerominho (PTdoB), eleitos vereadores no… Rio de Janeiro, onde o povo alcançou grau máximo de refinamento eleitoral.

# Na seção de bobagens-escritas-sobre-educação dessa semana, a revista diz que “pesquisas (sic!) mostram que escolas no mundo todo falham nessa missão básica,  de recrutar profissionais de alto nível, basicamente por não fazer da sala de aula um ambiente desafiador. Entenda-se por isso estabelecer e cobrar metas, distinguir os professores segundo sua capacidade de ajudar os alunos a avançar e lhes descortinar horizontes na carreira“. Façamos um teste, então. A Editora Abril diminuirá os dígitos dos salários de seus editores, repórteres e demais funcionários em torno da média do que ganham os professores brasileiros. Paralelamente, estabelecerá e cobrará metas, rigidamente. Prá lá irão os melhores profissionais, claro. Idéia… estúpida.

Acréscimo 01: nas páginas culturais, uma pequena reportagem sobre Dexter, uma das minhas séries prediletas, com comentário elogiador ao excelente Michael C. Hall, ator que interpreta o protagonista.

Acréscimo 02: que fique bem claro: eu gasto meu suado dinheirinho comprando essa revistinha.

Fogo amigo?

Não deixa de ser curioso o insucesso da proposta de intervenção na economia de Mr. Bush, planejando injetar bilhões de dólares no bolso dos banqueiros de Wall Street. O plano genioso do “Cérebro” murchou porque os congressistas republicanos votaram, em maioria, contra a proposta. O caubói texano, embora pertencendo ao grupo que defende o estado mínimo, entendeu rapidinho (ao contrário dos demais correligionários no legislativo) a máxima do grande filósofo brasileiro, Mestre Edu:  pimenta neoliberal no cu dos outros é refresco.

Abaixo a campanha “Proteja a Amazônia”

250908-claudia-ohana Tão dizendo por aí que a Claudia Ohana, famosa pelo excesso capilar em áreas não alcançadas pela radiação solar, voltará as páginas centrais de uma revista destinada ao público intelectual (cóf, cóf).

As torcidas do Flamengo, Corínthians, Juventus, São Cristóvão, Barueri e demais 556 clubes nacionais rezarão, em conjunto, para que a Gillette patrocine a sessão de fotos. E ofereça um prêmio extra em dinheiro como incentivo a saudáveis mudanças no visual da selvagem moçoila.

Porque, afinal de contas, ninguém quer ver aquele espetáculo de novo.