Revisando…

Está rolando, em blogs concorridos por aí, contribuições inéditas à revisão conceitual de fatos até então consensuais nos manuais didáticos de história.

Esse blog, café-pequeno mas muito pretensioso, apresenta resumidamente as duas teses mais discutidas e duas modestas contribuições (modestas o c*******, magníficas mesmo…).

Tese 1: O nazismo era esquerdista. Ora, e eu que até agora achava a maior contradição o Hitler fundar um Partido Nacional Socialista… Eu bem que desconfiava que havia socialismo naquilo tudo. Agora quero ver quem vai me enganar dizendo que o Partido Progressista não é progressista…

Tese 2: O regime militar era esquerdista. Sim, Delfim Netto e Roberto Campos – quem diria – tinham como modelo de economia a soviética. Discutir desenvolvimentismo era puro disfarce, visto que o planejamento eminentemente estatal denunciava: eram comunistas.

Tese 3: Luís XV, e não Karl Marx, foi o principal nome do esquerdismo. “O Estado sou eu”, lembra? Como Stalin, organizou o aparelho estatal da qual uma minoria ficava em situação demasiadamente privilegiada – nobreza/burocratas. E se parece com Stalin, sem sombra de dúvida era, sim, comunista.

Tese 4: Todos os partidos brasileiros são esquerdistas. Os discursos e os programas partidários não enganam. Defendem, sem exceção, melhoria da qualidade de vida a todos – logo, postulam valores mais igualitários. E valores mais igualitários é coisa de comuna. ACM (e sua prole) é esquerdista. Bornhausen, quem diria, também é. Como é Jair Bolsonaro e César Maia.

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Paspalhice. Mostra de que é preciso dar mais atenção aos livros e menos ao umbigo bloguístico.

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P.S.: quase arrisquei dizer que a Inglaterra e os Estados Unidos, antes da era Thatcher e Reagan, respectivamente, eram esquerdistas. Pensei ser ousadia demais. Mas já que tem gente falando que Bush é vermelho, taí, dito. É, é isso aí. E viva Olavo de Carvalho!

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Paspalhice em dobro. Discussão tão improdutiva quanto hilária. Não mereço. Ninguém merece.

Top 15 Blogueiros Sexy

O coração bateu forte, as mãos suaram, as pernas tremeram. O que uma notícia ruim não faz…
Devo considerar que meu marketing foi péssimo. Apesar de publicar minha apolínea beleza, não fiquei entre os quinze blogueiros mais sexy do pedaço. Queria até questionar o júri – não o faço por reconhecer que meus parcos conhecimentos sobre os homens advêm apenas da experiência pessoal, cotidiana e demasiadamente narcisista comigo mesmo.

Protestei. Com a gentileza sempre peculiar, a Dani explicou que, caso entrasse, não haveria pra ninguém. Obviedades, Dani, obviedades. Modéstia a parte, claro.

O que me deixou tranqüilo mesmo foi saber, no blog oficial do concurso, que ‘beleza’ era apenas um dos critérios. Ah, bom. Não foi injustiça, então. 😉

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Outro blogueiro estelar de peso é o Alfred, d’O Barnabé. É ou não a cara do Matt Damon?


Alfred, em terras uruguaias. Matt Damon, em foto para o site oficial.

Falando sério, deve ter pelo menos uma meia dúzia de blogueiros inconformados com essa lista. A iniciativa está aqui. Bon voyager, meninas.

Essas coisas de política…

Fatos:

1. Roberto Jefferson, com sua eloqüência peculiar, denunciou um esquema de propina no Congresso. Segundo ele, muitas mãozinhas eram molhadas mensalmente por verbas públicas vindas de estatais. Apesar ser PhD nos ocultos subterrâneos da vida política, não apresentou provas da existência de tal. Foi cassado.

2. José Dirceu foi o acusado de ser o chefe daquilo que, por não ser provado, custou o mandato do colega. Solapando regrinhas básicas da jurisprudência – quem tem que provar alguma coisa é o acusador, não o acusado – cobrou-se dele provas de sua inocência. E assim, sem nenhuma prova material, o ex-homem-forte do governo foi cassado também.

3. Romeu Queiroz foi um caso a parte. Além de admitir o recebimento mais de R$ 100 mil reais da Usiminas – por intermédio de Valério –, o ilustre embolsou ainda outros R$ 350 mil da famosa SMP&B. Tudo dinheiro não contabilizado, OK? Ao contrário dos casos anteriores, aqui existiam fatos palpáveis. E ao contrário dos casos anteriores, a conclusão aqui foi a absolvição.

Conclusões:

1. A TV Câmara deixa de ser interessante. Ver bons velhinhos injuriados com qüiproquós regionais ou mocinhos fazendo poses para flashes traz tanto prazer quanto a programação dominical da TV aberta. O Roberto faz uma falta e tanto.

2. Um prepotente a menos no Congresso Nacional é um bom saldo. Sobram ainda umas cinco centenas… mas já é um bom começo.

3. CPI’s são 42,7% de investigação e 57,3% de jogo político. Político investigando político já é um mau sinal. Esperar que a ‘verdade’ saia daí é estupidez sem tamanho. Gritar ‘pizza’ raivosamente expressa uma ingenuidade política de dar dó. Nesse contexto, os argumentos repetidos Ad Infinitum valem muito mais que fatos.

Definitivamente, entender o jogo político-partidário é mais difícil do que aprender jogar xadrez. Muito mais quando não se tem a mínima vontade de aprender – tanto um quanto o outro.

Uff!

Dezembro não é um bom mês – para trabalhar, diga-se de passagem. O mais curto do ano (sim, dezembro termina dia 23, não?) sofre por resolver afazeres que os outros meses não conseguiram liquidar. Excedente de janeiro, que passa para fevereiro, que passa para março (…) enfim, quando chega no décimo segundo mês desse nosso calendário, está um ‘excedente12’.

E aí dá a doida nos chefes. Eu, aqui no blog, só a partir do próximo dia 12. Viagens, viagens, viagens (saudade imensa de quando essa palavra representava apenas ociosos – e deliciosos – prazeres).

Caso não esteja aqui – ou em vossos blogs – na data marcada, certamente será o sinal de que o trabalho me derrotou. Aviso posterior indicará o endereço para envio de flores. 😉

Falando nisso, tirada filosófica afixada hoje no mural da repartição traduz todo meu ânimo para os próximos dias:

“Ministério da Saúde adverte:
A cada copo de cerveja bebido, menos dois minutos de vida;
A cada cigarro fumado, menos quatro minutos de vida;
A cada dia trabalhado, menos oito horas de vida…”

Grossos de plantão

Leãozinho, que rugiu alto com o juiz auxiliar, bateu na mesa e invadiu o campo. O tal se acha.
[A Fifa bem que poderia colocá-lo em um zoológico – em Tuvalu, de preferência.]

Netinho, que espancou o Vesgo, do Pânico na TV.
[O pacóvio ainda diz que foi vítima de racismo. Pode?]

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Além da estupidez que os une, há outra semelhança entre os dois bestiais: ambos vendem uma imagem de gentleman. Não dá para esquecer o permanente sorriso do apresentador nem do luxo dos ternos do treinador no início da carreira futebolística.

Vale o milenar provérbio: muitas ovelhas escondem dentro da lã um lobo dos mais estorvados. Ultimamente estou ficando murcho de medo quando aparece alguém com voz aveludada e atitudes gentis.

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Ainda sobre o Pânico…

O programa é de péssimo gosto? Talvez. Esculhambação, expor ao ridículo e brincadeiras de duplo sentido fazem parte da maioria dos programas humorísticos atuais. Tom Cavalcante (TV Record) e a trupe do Casseta & Planeta (TV Globo) recorrem freqüentemente a estratégia. E nem por isso recebem bifas por aí (poder da Globo? hummm…).
Relevar é sempre a melhor saída. Se apelar, o apelido pega.

Mulheres indianas, mulheres brasileiras

Mulheres bonitas, Ganges, castas e Ghandi. Para muitos, a Índia se resume nisso. E daí a surpresa do homem comum ao descobrir que o cinema indiano supera a concorrência hollyoodiana – quantitativamente – e que a indústria informática de lá é uma das mais bem conceituadas do mundo.
A Índia segue sendo um país de diferentes e de desiguais. As distâncias sociais são legitimadas por um proterozóico sistema de castas. Resquícios feudais, diriam alguns. Civilização diferente, defendem outros.

Essa organização social rígida é de longa data. Segundo alguns estudiosos, o sistema de castas já dura quase dois milênios. Sua origem está numa lenda: os humanos se originaram de um Ser Primeiro. Julga-se que as pessoas saíram desse corpo-base a cumprir cada qual com sua função.

Nesse raciocínio, os braços deram origem aos guerreiros (xátrias), a boca aos sacerdotes (brâmanes), as coxas aos comerciantes (vaixás), os pés aos trabalhadores braçais (sudras). Para terminar, os parias (achuta ou dalit) – que não saíram de parte nenhuma do Ser Original.

Os parias são impuros, intocáveis. São seres humanos merecedores de desprezo. Não podem sequer entrar no rio Ganges, sagrado para o Hinduísmo. Curiosamente, são os nativos da Índia, uma vez que as outras castas são originárias de povos invasores.

As atividades dos dalit estão relacionadas a impureza. Trabalham com lixo, excrementos, corpos mortos. Mesmo escapando dessas atividades, sua remuneração será sempre mais baixa.

Assim, escancara-se que pouco bem à coletividade faz o sistema de castas. Combinado ainda com um capitalismo selvagem de meter medo a qualquer vespa-do-mar, o resultado não seria nada humanamente desejável.

Pois bem. Para variar, a sociedade indiana encarna ainda profundos princípios machistas. Da concepção à morte, há profunda desigualdade entre os gêneros. Assassinato de mulher não desperta tanto interesse da justiça. Mulher estuprada? A culpa é da vítima, lógico. Quem mandou andar seminua?

Em 1989, o Estado de S. Paulo publicava uma reportagem que ressaltava a grande incidência de infanticídios entre as crianças do sexo feminino. Hoje, pouco mudou. Com uso tecnológico nos exames pré-natais, aumentou-se o aborto de meninas. Há notícias de que em muitas famílias importantes do interior da Índia gurias são raridades.

A verdade é que ser mulher na Índia não é tarefa fácil. O costume de o sogro pagar o dote da mulher ao genro, quando se casa, tem transformado o casamento em poderoso instrumento de barganha. Não é raro o moço chantagear o sogro, ameaçando encerrar o enlace caso não receba mais algumas pilas. Não são casos excepcionais espancamento de mulheres para abrir a carteira do sogro. Também não é incomum a mulher abreviar todas essas querelas, suicidando-se.

Essa é a vida das mulheres pertencentes às famílias que podem ofertar dotes ‘gordos’. Imagino que as moças e senhoras parias sofram bem mais. O sofrimento é duplo, como atesta Anasuya Sengupta, feminista indiana.
Dados mostram que a violência contra a mulher é mais recorrente nas famílias de baixa renda. Obviamente, há casos bem representativos no topo da pirâmide social. Mas a possibilidade da mulher ser vítima de agressões é muito maior caso ela seja pobre e com baixo nível de instrução.

Se baixar algum “sentimento pollyana” em você, sacuda imediatamente os ombros e veja que não temos nada a comemorar (os dados são do Ipas-Brasil):

– Segundo a Sociedade Mundial de Vitimologia (Holanda), que pesquisou a violência doméstica em 138 mil mulheres de 54 países, 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas à violência doméstica.

– A cada 4 minutos, uma mulher é agredida em seu próprio lar por uma pessoa com quem mantém relação de afeto.

– As estatísticas disponíveis e os registros nas delegacias especializadas de crimes contra a mulher demonstram que 70% dos incidentes acontecem dentro de casa e que o agressor é o próprio marido ou companheiro.

– Mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarramentos, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos.

– O Brasil é o país que mais sofre com a violência doméstica, perdendo cerca de 10,5% do seu PIB em decorrência desse grave problema.

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Dados da violência contra a mulher em vários países você encontra aqui.
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Hoje, 25 de novembro, é Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. A Denise organizou uma blogagem coletiva sobre o tema. A lista de participantes está aqui.

Navegadores e blogs

Estatísticas andam apontando para o fim da hegemonia do Internet Explorer. Fato justíssimo, considerando o inexplicável desleixo que Bill Gates tem dado ao browser. Espreitando os rumos dessa guerra de navegadores, é de se supor que a concorrência vá abocanhar fatias cada vez maiores de usuários do Explorer.

A distância que separa o Explorer dos demais ainda é enorme. O Mozilla Firefox é o que mais cresce em cima das fragilidades do Explorer. Antes pioneiro, o Netscape dá mostras de estar perdido no tempo. Nesse balacobaco todo, o que considero espantoso é a pouca popularidade do browser Opera.

Já fui usuário irredutível do Opera. A leveza e considerável rapidez no carregamento das páginas me fascinava em tempos de Internet discada. Turbinando a conexão, fui seduzido pelas inúmeras campanhas “I love firefox” e demais congêneres.

Estranhos problemas, porém, estão me deixando propenso a retornar aos velhos tempos. Primeiro, a incapacidade de o browser ler palavras acentuadas em alguns sites. Um montão de sinais substitui inconvenientemente o cê-cedilha e o chapeuzinho-do-vovô. Segundo, o FireFox misteriosamente está travando ao navegar pela Radio Uol.

Por outro lado, o Opera tem lá também seus problemas. O mais grave deles é não entender e distorcer o design e texto do blog do Smart. Talvez até para combinar com a casa-da-mãe-joana em que se transformou sua caixa de comentários, ultimamente.

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Falando de blog, falando de Opera, um parêntesis: a página oficial do navegador também hospeda blogs.

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O Afonso já postou sobre o que é, a meu ver, o maior problema dos blogs hospedados no UOL. Os blogueiros amigos Edk e Roberson já receberam nas caixas de comentários a sugestão de sair do portal. O Longe Demais parece ser o primeiro a abandonar o barco – com indicativo de acontecer em um futuro próximo, inclusive.

Eu, que tenho um longo histórico com o Blog UOL (esse não é o meu primeiro blog), sigo esperançoso de que algo mude.

Caso isso não aconteça e a paciência esgote, averigüei algumas possibilidades de hospedagem. De início, os portais brasileiros estão sumariamente descartados. Ninguém merece um weblogger da vida. Virtualog ou Theblog? Fala sério…
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Minhas impressões sobre:

a) www.blogspirit.com: hospeda o blog do Ronzi, que saiu do Blogspot. Mesmo caminho fez o Edu. Possui um sistema interessante de classificação de post e de comentários, mas vive dando pau. Não sei até que ponto é confiável.

b) www.blogspot.com – o preferido de oito em cada dez blogueiros. O único porém é a ausência de classificação dos textos.

c) www.my.opera.com – o blog do browser opera. Design é clean, mas oferece poucas opções de template. O maior problema mesmo são os comentários: apenas quem é cadastrado no site pode postar.

d) www.seo-blog-org – lento, muito lento. Logar no portal é um sacrifício. O simples ato de comentar um post exige paciência de Jó. Alem disso, a entrada dos comments não permite inserção de links. Fica lá só o nome do comentarista. Por fim, há poucas opções de templates. Fuja!

e) www.blogeasy.com – não há nenhuma opção de template decente. Uma pobreza visual que só vendo – a menos que você domine linguagem HTML. E isso não é o meu caso. O sistema de apresentação dos comentários (ao lado dos textos) o ponto forte do blog.

f) www.blogsome.com – opção interessante. Boas opções de template e funcional categorização dos post’s. A novidade aqui é um ranking dos post’s mais populares – levando em consideração a quantidade de comentários.

g) www.blog.pt (ou www.blog.com): primeiro, a desvantagem. Há um limite de armazenamento (10MB) e publicidade gratuita do google na página. E só. Excelente sistema de categorização de post’s, templates que lembram blogs desenvolvidos pelo MovableType. E o que é melhor: o gerenciamento do blog é totalmente descomplicado. Usabilidade dez. O blog é totalmente personalizável.

Caso amadureça a idéia de migrar para um outro portal, a opção será o blogsome.com ou o blog.pt. Uma horrorosa indecisão me assola desde já. Enquanto a paciência com o Uol dure, continuo cá.

Mórbida semelhança

Depois da ignomínia lançada nesse post, provo por a + b que não, não tenho nenhuma aparência com o bruxinho criado pela profícua mente da J. K. Rowling. Repilo veementemente (valei-me, Mestre Gepeto!) qualquer insinuação de envolvimento com magia; afinal, pior que CPI é a expectativa de uma fogueira-torquemadiana moderna.

Abaixo, este anônimo pequeno-blogueiro. Também abaixo, o futuro Mago dos Magos. Qualquer semelhança é mera coincidência.

 Não sou mais bonito que ele?

O araguaia é ali…

Mesmo considerando que os rios de planície são pouco profundos e que os efeitos da atual estiagem são sentidos também na bacia do rio Tocantins, é de causar estranheza atravessar o rio Araguaia com as águas pela cintura.

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Para tanta beleza, faltou somente a máquina fotográfica, o violão e o Repelim (ggrrr….). Para quem é tão esquecido [;)], ficou até de bom tamanho.

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O único pesar foi um toco. Sim, tinha um toco no caminho.

A primeira manhã estava radiante. Uma variante de futevôlei na praia prometia. O mais compenetrado e eficiente gandula esperava ansiosamente sua vez para mostrar toda sua habilidade. Habilidade essa que faltava nos demais competidores, dada a distância que a bola foi arremessada em direção ao mato. O gandula, descalço. O toco, escondido na folhagem. Um buraco no calcanhar e alguns litros de sangue, o resultado.

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Depois ainda queriam me usar como isca para pescar piranha, vê se pode.

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As dores e a pouca mobilidade permitida pelo pé dodói não foram suficientes para macular o prazer que as águas do Araguaia podem proporcionar. Aquilo é o paraíso.