XIII Encuentro de Geógrafos de América Latina – EGAL 2011

Os encontros latino-americanos de geógrafos acontecem desde 1987. Nessa ocasião, o evento aconteceu na bela cidade paulista de Aguas de São Pedro. De lá pra cá, aconteceram doze edições. A última, ano passado, foi sediada em Montevideo, Uruguai. O próximo encontro será realizado em Heredia, cidade próxima a San José,  capital de Costa Rica, de 25 a 29 de julho de 2011. A instituição promotora é a Universidad Nacional, uma das mais importantes do país. As inscrições para o evento já estão sendo realizadas. Os resumos de trabalhos podem ser enviados até 15 de setembro.

Favoritas

Após a primeira rodada da Copa, as equipes tidas como favoritas ao título decepcionaram. França, Itália, Portugal, Inglaterra, Brasil e, principalmente, Espanha, demonstraram que não conseguirão muita coisa, caso permaneça o futebol medíocre apresentado. Por enquanto, destaque para as seleções da Alemanha e da Argentina.

Domingo esportivo

Três jogos e o GP do Canadá fizeram minha felicidade nesse domigo.

Da aposta de ontem, acertei os ponteiros com a sorte no caso de Gana. Joguinho aquém do esperado. Quem esperava, como eu, ver a graça do futebol malemolente africano ficou decepcionado. O resultado de 1×0 para os ganeses foi retrato exato do fraco espetáculo apresentado.

No jogo da Argélia contra os eslovenos, torci para a equipe africana só nos primeiros minutos. Como futebol apresentado, na verdade, foi difícil ficar perto da TV. Argélia e Eslovênia fizeram a pior partida da copa, a meu ver. De novo, o magro 1×0 para a seleção européia representa a qualidade técnica do jogo.

Por fim, torcer para a Austrália contra a Alemanha é um chiste, um ato masoquista. A goleada podia ser maior. Destaque para o ex-brasileiro Cacau, autor de um dos gols da seleção alemã.

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E o que dizer do Massa? O cara é mais pé-frio que eu. Tá no mesmo nível do Rubinho Barrichello. Duas batidas e longe da zona de pontuação, Felipe tem mais é que esquecer esse domingo. Pra complicar, Alonso tá cada vez mais pimpão, convicto de que é o primeiro piloto. Destaque desse domingo para Schumacher, o desonesto e ardiloso piloto de sempre, que impediu a ultrapassagem de Massa quando o piloto brasileiro estava mmmuuuiiiittttoooo mais rápido. Aposentadoria para o alemão, já.

Pé-frio

Continuo cismado que meu pé não está frio: está congelado. Dos três jogos de hoje, não vibrei com a vitória de nenhuma seleção preferida.

Primeiro, Coréia do Sul e Grécia. Torci para o time grego. Não tenho uma argumentação específica para isso.  Em todo caso, não foi assim uma torcida febril. Mas que jogo estranho! Os gregos jogaram uma pelada. Futebol sem garra, sem energia, sem técnica… A derrota foi justíssima.

No segundo jogo, entre Argentina e Nigéria, berrei a cada lance de perigo no gol argentino. Apesar de contrariado pelo resultado, o jogo foi bom, muito bom. Os argentinos, claro, deram show. Se não fosse pelo ataque hesitante (vide resultado modesto, 1×0), apostaria neles para o título dessa copa. Com tantas bolas na área nigeriana, o destaque foi o goleiro Enyeama.

Por fim, o empate entre a sempre garbosa Inglaterra com a modesta seleção americana fechou meu dia de pé-frio. Torci para os Estados Unidos, e se não fosse um frango escandaloso do goleirão inglês, o saldo de torcedor seria ainda mais negativo.

Bem, a continuar assim, devo torcer CONTRA a seleção brasileira.

Para amanhã, estarei com Argélia (contra a Eslovenia), Gana (contra a Sérvia) e Austrália (contra a Alemanha).

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De quebra, e agora falando de F-1, ainda teve o mau desempenho do Massa. Mais uma vez foi superado pelo Fernando Alonso. Mais uma vez larga atrás das duas filas que, teoricamente, disputam as primeiras posições na largada.

Devo torcer, amanhã, para Hamilton, Alonso e pilotos da Red Bull Racing?

Copa

Não, não assisti integralmente nenhum jogo. Afinal, estava no trabalho. Do pouco que vi – em uma ou outra escapadela – e baseado em uma e outra conversa, tive a impressão de que Africa do Sul e México foi um bom jogo. Torci para o time africano. No outro jogo, França e Uruguai, vi apenas os melhores momentos à noite. Como, nesse jogo, torci para o Uruguai, tive um péssimo início de Copa como torcedor. Pé-frio total.

Direitos humanos e… Cuba.

A discussão sobre os direitos humanos em Cuba está bombando em uma lista de discussão que participo. Não era para tanto.

Explico.

É evidente que não há liberdade de expressão ampla e irrestrita em Cuba. Alguns argumentam que as passeatas das mulheres cubanas indicam o contrário; uma bobagem, porque, mesmo nos mais duros tempos da ditadura brasileira, também por aqui aconteciam manifestações públicas. E, ademais, a imagem de mulheres sendo presas por isso (ah, sim, houve prisões!) é uma prova de que a liberdade, em Cuba, é vigiada.

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Uma forma de desviar a discussão é levantar os problemas com os direitos humanos nos EUA e na Europa. “Ué, o que os EUA fazem em Guantánamo?”; “Olha a hipocrisia aí: fulano de tal, migrante na Suíça, faleceu de greve de fome por protestar contra a xenofobia européia, e ninguém fala nada!”.

Ora, o que se deve fazer é CONDENAR qualquer violação dos direitos humanos. Aí, sim, a burrice ideológica cega: ali, enxergam apenas os crimes cubanos; acolá, apenas os perpetrados por outras nações.

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Não deixa de ser curioso, por outro lado, os diversos partidos de esquerda no Brasil silenciarem sobre a ditadura do PARTIDO ÚNICO cubano. Se lá estivesse, a variedade faunística do PT ao PCO seria resumida em uma única legenda…

Inércia

Levanto cansado. Sei das mil e uma coisas ainda pra fazer. Tenho preguiça. Não dessa preguicinha de levantar os braços e dar gritinhos. Uma preguiça mórbida, que prende, que sufoca. Sair de casa é um problema; ficar em casa também é. Os problemas se avolumam. Mais e mais. Despersonalizo. Tento me “ver de fora”. Não vejo coisa boa. Estou preso. Amarrado. Acorrentado. Lágrimas saem? Uma ou outra vez. Vem a fome. A sede. Falta tudo. Mas está tudo ali, a um passo, a um braço de distância. Perto, mas sinto milhas e milhas de lonjura. Escrevo. Escrevo. E escrevo um pouco mais. Ah, aí sim. Alívio. Secando o rosto, endireitando o peito, aprontando-me para o job certeiro. Substituo a umidade das lágrimas pelo suor. E dá certo. Dois golpes no vazio, um acerto. Dois, um acerto. Sim, sim, sim. A preguiça foi. Mas, no fundo, me pergunto se sua ausência não é temporária. Embora saiba que sim, depreendo um esforço terrível para criar a auto-ilusão de que, finalmente, ela se foi – para sempre. E passo a contar os minutos. Eternos minutos. Bons minutos, suficientes para posteridade. “Não, preguicinha, não apareça mais. Vá embora para nunca mais voltar.”

Tolos

Torcedores do “coxa”, por arrebentarem seu próprio estádio;

Torcedores do Flamengo, por brigarem entre si;

Estudantes ocupantes da Câmara Legislativa do DF, por impedir os trabalhos dos deputados (e, por consequência, retardando o opróbrio dos queridos homens públicos. ‘Compulsoriamente’ escondidos em seus recantos privados, ficam eximidos de se explicarem das ações absurdamente vis assistidas exaustivamente em rede nacional).

Pra ser tolo, basta uma dose de irracionalidade.

Tom e Vinicius

Bem, como um autêntico caipira, considerava a bossa nova um estilo sofisticado – em seu sentido não-elogioso – e sem-graça. Achava, sobretudo, uma musiquinha água-com-açúcar indecisa entre a música erudita e a música popular. Ora, como tantos outros interioranos que fecham a cara para hard metal e extasiam-se com Pena Branca e Xavantinho, o máximo gestual que a Bossa Nova retiraria era um ligeiro toque no chapéu, após escutar o estilinho sincopado da musiquinha, acompanhado de um olhar interrogativo e um sorrisinho amarelo.

O intróito acima tem a incumbência de ressaltar que não, eu não tenho (ou ‘não tinha’?) muita simpatia pela bossa nova. Pelo menos não me chamava tanta atenção, a ponto de comprar um CD baixar albuns internet a fora. Assim era até que, por convites de alguns amigos, decido assistir a peça “Tom & Vinicius”, com Marcelo Serrado e Thelmo Fernandes no elenco.

Reconheço uma dúzia das principais músicas.  Dessas, acompanho cantando algumas delas nos seus versos principais. Em uma ou outra situação, agito discreta e involuntariamente meus dedos na poltrona acompanhando a cadência da música.

Não é por menos: a interpretação belíssima das diversas canções que permeiam o roteiro surpreende, já que os atores não são cantores profissionais (exceto Lilian Waleska). Frank Sinatra e Tom Jobim, juntos, são de arrepiar.

Fora isso, ainda tem os arroubos de excelente humor e tiradas engraçadíssimas, principalmente do Vinicius vivido por Thelmo. As gargalhadas percorreram o teatro em vários momentos.

Terminado o espetáculo (quase duas horas, jura?), saio estranhamente diferente: leve, solto, descompromissado e ligeiramente sofisticado. Um homem bossa-nova desperta nesse gigante caipira que há em mim.