No Chile, se comemora no dia 16 de outubro. Na Argentina, em 11 e 17 de setembro. Na China, 10 de setembro. Cada dia, em cada país, faz referência e reverência a algum fato ou personalidade homenageado.
Os brasileiros usam o 15 de outubro, hoje, para as comemorações oficiais do Dia do Professor. A homenagem faz referência a 15 de outubro de 1827, ocasião em que o imperador Pedro I outorgou a Primeira Lei Geral da Educação Básica brasileira.
A sociedade patriarcal deixou sua marca, obviamente, mas já acenando mudanças. Apesar de excluir a Geometria na educação das meninas (substituída por costura, bordado e etc.), a Lei concedeu paridade entre os salários dos professores e das professoras. Além disso, procurava descentralizar o ensino no Brasil, autorizando o funcionamento de escolas em vilas e arraiais.
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Da minha listinha de blogs de leitura obrigatória, vários são escritos por gente que exerce (como eu) ou já exerceu a nobre profissão. Homenagens para:
Tereza, do Blogicamente, é professora de Língua Portuguesa em Charneca de Caparica, cidade separada de Lisboa pelo rio Tejo.
Suzana, do Su/Gutierrez (Blog da Su) é professora de Educação Física no Colégio Militar de Porto Alegre e entusiasta dos ambientes virtuais de aprendizagem.
Alfred Neuman, d’O Barnabé, já lecionou história em um cursinho pré-vestibular na capital federal.
Edk, do Longe Demais, também já deu aulas de história em Rio Branco, Acre.
Fernando Cals, do Observador, atuou em uma Faculdade de Arquitetura por mais de catorze anos.
Roberson, do Incontinentia Verbalis, é professor universitário, lecionando medicina legal no primeiro Centro Universitário do estado de Goiás.
Idelber, do Biscoito, ilustra o quadro de professores da Tulane University, em Nova Orleans, EUA.
Luis Palma, do Geografismos, está exercendo a profissão em Lisboa. Montou uma maravilhosa rede de blogs entre seus alunos.
Ana Lúcia, do P(Arte), PhD em História da Arte, é professora universitária no Canadá.
Daniela, do Idiossincrasia, especialista na língua do mercosul, trabalha na UFBa.
Antonio Carlos, do Geógrafos Sem Fronteiras, leciona Geografia no Instituto Coração Eucarístico, em Belo Horizonte-MG.
Nina, do Em poucas palavras, ensina as crianças de Pouso Alegre, também em Minas, sobre a ‘arte de manifestar os difersos afetos de nossa alma‘ (P. Bona).
A todos, Feliz Dia dos Professores.
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Nessa data, é obrigatório lembrar as péssimas condições de trabalho do professor brasileiro – notadamente a maioria, responsável pela educação básica. O salário baixíssimo não permite sequer a aquisição rotineira de livros. Poucos professores possuem acesso a Internet. Aqueles que possuem, falta o precioso tempo – uma vez que se desdobram em dois ou mais empregos (eu que o diga, com meu eventuais três períodos de trabalho por dia…).
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Hoje, assim como em qualquer outra data, sempre aparecem textos-chavões. Não vê-los é como passar o sete de setembro sem discutir se o Brasil é ou não independente. Abaixo, um texto que, mormente tê-lo visto pela primeira vez há uns dez anos, não consigo esconder um maroto sorriso nos lábios ainda hoje.
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O PROFESSOR SEMPRE ESTÁ ERRADO
Quando…
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de “barriga cheia”.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta no Colégio, é um “Caxias”.
Precisa faltar, é um “turista”.
Conversa com outros professores,
Está “malhando” os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a ‘língua’ do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, ‘deu mole’.
É, o professor está sempre errado.
Mas se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele.
Anônimo